Capítulo XXV

Dádiva para Deus


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Desculpar as ofensas sem comentá-las.

Auxiliar aos companheiros do caminho sem falar disso a ninguém.

Humilhar-se para os amigos, a fim de conservá-los.

Escutar referências infelizes envolvendo-as no silêncio.

Ver quadros inconvenientes ou destrutivos apagando-lhes as imagens e as cores na memória, para que não cheguem à conversação.

Solucionar problemas dessa ou daquela pessoa amiga, sem que ela venha a saber disso.

Abster-se de qualquer comentário infeliz, quando o propósito de enunciá-lo nos visite a cabeça.

Repetir informações sem alterar a voz e sem críticas, mesmo risonhas, com os nossos semelhantes que ainda não hajam adquirido a suficiência desejável no domínio da compreensão.

Respeitar as mágoas alheias, vestindo-as com a bênção da amizade e do entendimento.

Aceitar sem melindres a irritação de qualquer pessoa, sem excitá-la com respostas esfogueantes.

Apagar o braseiro da discórdia, no nascedouro, sem contar vantagens de semelhante construção espiritual.

Abster-se de imprudência com os irmãos ainda imprudentes e manter a paciência nos instantes em que a serenidade parece distanciar-se de nós.


Estejamos certos de que as dádivas em favor dos homens são todas elas bênçãos da vida que a vida nos retribuirá fatalmente; no entanto, existem dádivas para Deus que os beneficiados desconhecem, e que Deus saberá premiar com a luz da alegria e com a paz do coração.




Irthes Therezinha
Francisco Cândido Xavier


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