Dádivas de Amor
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Sofres, alma querida, os contratempos Do dever a cumprir… O anseio, a prova, O medo, a incompreensão, a insegurança… E isolas-te no lar, cuja paz te renova. Quando a tristeza te procure a vida, Não te acomodes sob o desalento… Ouve os irmãos do mundo que te buscam, Marcados de fadiga e sofrimento. Venho de minha ronda costumeira… Numa choça de latas e bagaços, Vi pobre mãe, a sós, ninando em pranto Um filho morto nos seus próprios braços. Num telheiro a cair, encontrei um velhinho… Ele viu-me e falou em voz sumida e mansa: — “Moça, eu estou morrendo a pedir quem me faça Uma prece de paz e de esperança…” Mais adiante, achei um hanseniano amigo Que, em me vendo, clamou: — “Minha irmã, [por quem és, Dá-me água, por Deus! Já não mais me equilibro!… Quero buscar o poço e caíram-me os pés…” Logo após, descobri triste mulher enferma, Erguendo, quase morta, a seguinte oração: — “Meu Deus, além do amparo que me envias, Se possível, Senhor, dá-me a bênção de um pão…” Por isso, coração, não te dês à amargura, Esquece-te a servir, sem perguntar a quem… O Cristo que buscamos nos espera, Entre leiras de amor, na plantação do bem. |
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