04/04/1955

Não nos esqueçamos de que o passado fala em voz alta no presente. O é o prosseguimento do , tanto quanto o será a continuação do nosso hoje. Por isso mesmo, cada criatura renasce na carne trazendo no patrimônio congenial as características de que se investia nos campos do Espírito.

Doloroso é o espetáculo dos lares em que a discórdia e a enfermidade constituem o ambiente de todos os dias.

Aqui vemos a expiação determinando a idiotia e a loucura, quando não somos surpreendidos por obsessões inquietantes que edificam o inferno a quatro paredes. Entretanto, se já recebeste o conhecimento da justiça imanente da reencarnação, medita, ora, observa e ajuda quantos te cercam a experiência sob o guante da inibição. O parente desatinado e o companheiro ensandecido constituem bagagem de teus próprios compromissos na tarefa redentora. Longe de serem fardos desagradáveis, são ferramentas benditas que te limam a alma e oportunidades preciosas para que as tuas virtudes se manifestem. E se amargos impedimentos te constringem e atormentam o próprio Espírito, acalma-te e recebe nos grilhões que te aborrecem e ferem o socorro do Céu a ti mesmo, a fim de que, laborando no próprio reajuste, não retornes amanhã à vida livre com as chagas e viciações que te marcavam ainda ontem.

Cada criatura reaparece no berço com os problemas que no passado conduziu para o túmulo e cada templo doméstico se compõe dos elementos que outrora se desmandaram em delituosas ações, a se reunirem para o serviço de recuperação coletiva. Não te detenhas, assim, na expectação ou no desespero à frente dos labirintos que te afligem o coração e te fustigam a casa. Concentra-te no trabalho sadio a bem dos que te acompanham e aceita com humildade os resultados da plantação que te é própria, a fim de que no amanhã inevitável seja a morte em tua vida um degrau para cima, a sublimar-te a cabeça e a clarear-te os pés.

Nota do Editor: Mensagem psicografada por Chico Xavier no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo | MG.