Diário de Bênçãos

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Capítulo III
Ilustração tribal

Terceira Mensagem


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Junho, novamente a caminho de Uberaba.

Por um instante cochilei e vi Cristiane e vovó Rosa, desencarnada em 20 de julho de 1978, estendendo as mãos para meu avô João, ainda encarnado.

Na madrugada de 27 de junho de 1981, através de Chico Xavier, a terceira mensagem de Cristiane. Depois da leitura, comentei com minha mãe o porquê não se fazer acompanhada por vovô Lourenço e vovó Olímpia, como de outras vezes.

A resposta chegou no dia seguinte.

Exatamente à hora da vinda da mensagem, vovô João, filho de vovô Lourenço, desencarnava e vovô Plínio, marido de vovó Olímpia, sofria uma queda, hospitalizando-se em estado grave, vindo a desencarnar um mês depois, em 28 de julho de 1981.

Posso entender agora as palavras da terceira mensagem, a doce simbiose que nos une, a comunicação das ideias em pleno espaço.

Essa mensagem de Cristiane é autêntica. Minha filha, alegre, minha filha triste, minha filha poetisa.

É a doce união que nos ata, que faz seus pensamentos serem meus; minha coragem, sua alegria; minha paz, a sua paz, assim na Terra corno no Céu.


Querida mãezinha Vilma,

Eu já sei que a Senhora

regressou inda agora

de Alagoinhas

para saber notícias minhas.

É isso o que acontece

nos tormentos do amor

mesmo que a gente esteja

na 5ida Superior.


Onde a gente se veja

sem aquela criatura que se ama,

sente-se o peito em chama

em sofrimento atroz…

Creio hoje mamãe,

que isso sucede sempre

com todos nós.


A Senhora bem sabe

que preciso marcar

a querida vovó

nossa Maria de Souza,

e a fim de enviar-lhe agora o meu carinho

em meu longo caminho,

não desejo outra cousa.


Bahia é Piracicaba,

Piracicaba é Bahia,

é um amor que não se acaba

o amor de vovó Maria.

Graças a Deus é assim,

todos os corações

na família querida

alimentam-me a vida

em se voltando para mim.


Sinto não merecer

tantas vozes de afeto e de ternura,

vejo-me agradecida;

entretanto, a secura

que ainda me assinala

é uma tristeza-triste,

dessas que não se sabe como surge

e também como existe.


Estou admirada

com a sua coragem para vir

de tão longe, mamãe,

para que o nosso encontro

fosse assim qual estrela

a brilhar e a subir

no céu de nossos pensamentos…


E pode acreditar

que eu também para vê-la

ausentei-me a correr do novo lar

que me abriga no Além,

unicamente respondendo

aos seus apelos maternais

que vão se repetindo e repetindo,

até que a sua filha,

por mais se oculte na floresta

do meu trabalho novo,

já não suporta mais

essas longas ausências!


Ah! Mamãe, as nossas próprias existências

assemelham-se a plantas geminadas,

que não mais vivem separadas

por mais que se lhes dê

proteção e carinho.


Pode crer a Senhora

que se o seu coração luta,

se aflige e chora,

padeço também eu…

Admito por mim,

que só Deus poderá definir

esta doce simbiose

em que ambas vivemos…


Apenas no porvir

no imenso Céu sem fim

conseguiremos penetrar

tudo aquilo de anseio e de esperança

que trazemos em nós.


Sinto que a sua voz

completa quando digo

e se penso nesse ou aquele passo,

ei-la comigo

vivendo minha ideia em pleno Espaço.


Prossigamos fazendo

nesse ou naquele nível

todo o bem aos irmãos da lágrima e da prova

que nos seja possível,

porque hoje mamãe, a Caridade

é o nosso ponto em luz

para os nossos ajustes de saudade,

em marcha de alegria

a fim de que nos surja o novo dia

da Perfeita União…


Sei também que a senhora,

preferiu a mudança,

de Rui Barbosa para Alagoinhas,

entretanto, mãezinha, não se esqueça

de que na Terra, em qualquer parte,

temos dor-de-cabeça…


Peço-lhe ao coração

continuarmos juntas na missão

que vem a ser o doce aprendizado

da nossa vida com Jesus,

entendendo mamãe, seja onde for,

que é preciso doar do que tenhamos

um pouquinho de amor

aos que lutam em dores e problemas

muito mais graves do que os nossos.


Auxilie a meu pai

a seguir sempre adiante,

sem deixar de ser onde se veja,

nosso belo gigante

de trabalho e alto compromisso.


Não desejo encontrá-lo,

em perguntas e ócios.

Deixe-o, mamãe, cuidar de seus negócios

que o farão sempre mais forte, calmo e útil,

papai precisa disso.


Ao nosso Luizinho,

o abraço de ternura

da irmã que o procura

por refúgio de paz e de bondade,

conquanto a estreita idade,

em que nosso querido Luizinho ainda se vê

e diga, por favor, ao nosso caro João,

que observo e bem sei

que ele estima correr

qual o vento que passa…


Entretanto, que o mano não olvide

que é princípio de lei

o Quilômetro Oitenta

quem se disponha a procurar o Oitenta e Um

que se saiba afrontando

os desastres infelizes

que vão formando, terra em terra,

triste lugar comum.


Estimaria tanto ajudar

aos queridos irmãos,

entretanto, não posso ultrapassar

os meus próprios limites…


A vida é disciplina,

ordem por segurança

e ninguém foge sem dano

de quanto estabelece

a Bondade Divina

em nosso próprio apoio…


Muitas lembranças para o Ageu

o irmão que o Céu me deu

para conforto e querer bem…

Ao Paulinho,

espero que o Senhor

possa dar-lhe ao caminho,

novos projetos de Ventura.


E cultivando, mamãe, a prece benfazeja,

espero que assim seja.

Graças a Deus, a Virna

sente-se liberada

e, percorrendo nova e bela estrada,

será sempre feliz.


Nesta carta de agora

peço ainda à Senhora

transmitir à vovó — nosso anjo Dulcina —

sempre o amor presente,

que continuo sendo

sempre a sua menina.


E porque não desejo exceder-me

em lápis e papel,

beijo-lhe o coração,

mamãe lembrada e querida,

força de minha vida

continuando a ser

aqui, agora e sempre,

a sua companheira,

a sua filha para vida inteira,

sempre alegre e feliz por pertencer-lhe

ao belo coração

que tenho por morada

de todos os meus sonhos

de luz e perfeição.


Muitos beijos, mamãe, da sua filha,

de sua filha em ânsias sempre iguais,

entendendo que o amor no mundo que lhe devo

é santa obrigação que me cabe cumprir,

agora e no porvir.

Cada vez sempre mais.

Sempre a sua Cristiane.


Cristiane Rodrigues de Moraes.


Meus sonhos têm sido minha conformação e minha fé.

Continuo, através deles, a ver constantemente minha filha.

Ouço sua voz e dialogo com ela.

Por meio deles, a certeza da Cris viva, sempre perto.

E para completar minha alegria, Cris novamente, através da mediunidade de Chico Xavier, consignou sua presença em mais duas mensagens, a quarta recebida em 14-11-1981 e a quinta em 29-5-1982.

Que Deus abençoe Chico Xavier, que deu vida à minha vida.


Vilma Ducatti


Cristiane Rodrigues de Moraes.
Francisco Cândido Xavier

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