Diário de Bênçãos

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Capítulo V
Ilustração tribal

Quinta Mensagem


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Querida mãezinha Vilma,

eis que me movo

para vê-la de novo,

neste ninho de paz.


A senhora bem sabe

que em mim já não mais cabe

a alegria que tenho

ao sabê-la feliz,

não só por ser a sua Cris

mas, acima de tudo,

pelo trabalho em que o Senhor

agora nos mantêm

na lavoura do bem

sob qualquer sentido…


Vejo-lhe o riso franco

junto à nossa Albanise

e é preciso que eu frise

que afeição maior não há

do que esse doce amor

que nos liga à Yayá.


Nossos assuntos, em verdade,

trazem consigo

o gosto novo e antigo

da própria eternidade…


Por isso, mãe, é justo,

que me aproveite a todo custo

dos minutos pequenos

de que hoje disponho

para tratar de nosso sonho

de entregar-nos em alto compromisso,

à beleza da paz na bênção do serviço…


O serviço de todos os instantes

que nós religue aos nossos semelhantes,

de maneira a esquecer-nos e ajudar,

ajudar a quem sofre, luta e chora

dentro das provações de cada hora

ignorando como libertar

o que possuem de melhor

no próprio coração.


Mãezinha, eu não sabia,

que entre os homens havia

tanta dor esperando por nós…

Tanta gente sem voz,

atada à servidão

do sofrimento…


Tantos enfermos esquecidos,

tantos pobres caídos

na penúria sem nome…

Eu não sabia

que sobre o chão tão rico

sobre o qual renascemos

ainda existe fome

torturando crianças…


Ao saber disso tudo,

senti meu coração amargo e mudo,

tendo em mim essa dor que,

a espraiar-se, hoje vejo,

sufocando ou abafando dentro em mim,

qualquer impulso de felicidade,

ante a qual não encontre

corações infelizes.


Se temos nós nas íntimas raízes

do lar em que nascemos

aqueles dons supremos

de paz e amor

que nos legou Jesus,

é preciso sejamos

algo da própria luz

que consome o pavio da candeia,

a fim de minorar a dor alheia…


Ao seu carinho,

que jamais me deixou o espírito sozinho,

devo dizer agora

que tudo quanto tenho

é uma ânsia de amar

e transfundir-me em sentimento

que possa atenuar

a penúria da Terra

a morrer e a chorar…


Por isso estou presentemente

mais corajosa e mais contente

ao tê-la junto a mim,

à feição de amorosa jardineira,

modificando a nossa vida inteira,

de modo a refazer

tudo quanto já fomos,

sem mais podermos ser…


Agradeço

essa adesão sem preço

que recebo de seu devotamento.

Mãe querida,

quando a noite trouxer a voz do vento

ao seu íntimo atento

qual um gemido imenso e condensado,

de toda dor que enxergamos

zurzindo irmãos ao nosso lado,

recorde que eu também

sou o pranto que geme no telhado

procurando falar-lhe do Senhor

que nos pede mais vida e mais amor

em sentido profundo,

em socorro do mundo…


Penso agora que sou

a brisa consolando

as tristes mães que choram

pequeninos doentes.

Creio que sou alguém

na tentativa de servir,

procurando fazer

a lágrima sorrir…


Perdoe-me a digressão

e saiba que prossigo

sob a nossa união,

de pensamento e coração,

buscando vida nova…

Esqueçamos aquilo que chamamos

como sendo a aflição de nossa prova

e sigamos em frente…


Peço a Deus abençoe

nossa Yayá querida,

companheira de paz da nossa vida.

E comunico a ela

que havemos de prestar

o auxílio que se possa improvisar

em favor do Danilo

a fim de que o vejamos mais tranquilo…

Esperemos em Deus,

na bênção do amanhã.

Denio, Dione, Dener, Débora e Daniel

crescerão para vê-la

qual generosa estrela

a iluminar-lhes os caminhos…


E peço, mãe querida,

seja dito ao nosso amado João,

o meu querido irmão,

que o amo sempre mais.

Ao Luiz,

diga que sempre o quero,

tanto quanto o quis,

enquanto aí me achava.


E anseio ser a escrava

em serviço comum

que ampare a cada um,

sem olvidar o Ageu,

o amado irmão

que o Céu nos deu,

incluindo a Taciana

essa flor de doçura,

agora em seu regaço,

a sorrir em seu abraço,

repleto de ternura.


Ao papai,

todo o respeito

com que guardo no peito

a afeição que lhe dedico.

Peço a Deus que ele seja sempre rico

de trabalho e esperança…


Para a vovó Dulcina

que deixamos no lar

do meu tio Weimar,

a gratidão maior

que eu consiga sentir.


E para a nossa sempre amada,

nossa vovó Maria,

apresente, por favor,

minhas rosas de amor

tocadas de alegria.


E agora, mamãe Vilma,

que já falei de tudo quanto sinto,

preciso agradecer

a quantos me doaram

estes minutos que fruí

de santo entendimento,

nos quais busquei falar-lhe ao pensamento

da caridade com Jesus.


Que o Senhor conceda a todos os amigos

mais apoio e mais luz,

a fim de serem cada dia,

os nobres semeadores,

da serena alegria

que vem da fé sempre mais viva

que nos clareia a mente

e que nos acalenta

a vida e o coração.

Felicidade a todos

eis o que mais almejo,

para o caminho benfazejo

que se dispõem a trilhar…


E para o seu carinho,

Mamãe Vilma,

aqui fica deposto

com os meus beijos de sempre

no seu rosto

todo o meu coração,

reafirmando-lhe a bondade,

que fui, que sou e serei sempre mais

a sua Cris,

agora mais feliz,

por tudo o que me deu

com a sua vida junto à minha.


Para que não se engane,

digo também que continuo sendo

a sua Cristiane,

e se preciso de algum nome a mais

sou a sua criança,

sua filha inflamada de esperança.




Cristiane Rodrigues de Moraes
Francisco Cândido Xavier

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