Parábolas e Ensinos de Jesus

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CAPÍTULO 17

PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA VINHA

“Porque o Reino dos Céus é semelhante a um proprietário, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. E feito com os trabalhadores o ajuste de um denário por já, mandou-os para a sua vinha.

Tendo saído cerca da hora terceira, viu estarem outros na praça desocupados, e disse-lhes: de também vós para a minha vinha, e vos darei o que for justo. E eles foram. Saiu outra vez cerca da hora sexta, e da nola, e fez o mesmo. E cerca da undécima, saiu e achou outros que lá estavam e perguntou-lhes: Por que estais aqui todo o ia desocupados?

Responderam-lhe: Porque ninguém nos assalariou. Disse-lhes: Ide também para a minha vinha. A tarde, disse o dono da vinha ao ser administrador: Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, começando pelos últimos e acabando pelos primeiros. Tendo chegado os que tinham sido assalariados cerca da undécima hora, receberam um denário cada um. E vindo os primeiros, pensavam que haviam de receber mais; porém, receberam igualmente um denário cada um. Ao receberem-no, murmuravam contra o proprietário, alegando: Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualaste a nós, que suportamos o peso do dia e o calor extremo! Mas o proprietário disse a um deles: Meu amigo, não te faço injustiça; tão ajustaste comigo por um denário? Toma o que é teu e vai embora, pois quero dar a este último tanto como a ti. Não me é licito fazer o que me apraz do que é meu? Acaso o teu olho é mau, porque eu sou bom? Assim os últimos serão os primeiros, os primeiros serão os últimos. "


(Mateus 20:1 – 16.)

As condições essenciais para os trabalhadores são: a constância, o desinteresse, a boa vontade e o esforço que azem no trabalho que assumiram. Os bons trabalhadores e distinguem por estes característicos.

O mercenário trabalha pelo dinheiro; seu único fito, sua única aspiração é receber o salário. O verdadeiro operário, o artista, trabalha por amor à Arte. Assim é em todas as ramificações dos conhecimentos humanos: há os escravos do dinheiro e há o operário do progresso. Na lavoura, na indústria, como nas Artes e Ciências, destacam-se sempre o operário e o mercenário.

O materialismo, a materialidade, a ganância do ouro arranjaram, na época em que nos achamos, mais escravos do que a Vinha arranjou mais obreiros. Por isso, grande é a seara e poucos são os trabalhadores!

Na Parábola, pelo que se depreende, não se faz questão da quantidade do trabalho, mas sim da qualidade, e, ainda mais, da permanência do obreiro até o fim. Os que trabalharam na 5inha, desde a manhã até à noite, não mereceram maior salário que os que trabalharam uma única hora, dada a qualidade do trabalho.

Os que chegaram por último, se tivessem sido chamados à hora terceira teriam feito, sem dúvida, o quádruplo do que fizeram aqueles que a essa hora foram para o serviço. Daí a lembrança do Proprietário da Vinha de pagar primeiramente os que fizeram aparecer melhor o serviço e mais desinteressadamente se prestaram ao trabalho para o qual foram chamados.

Esta Parábola, em parte, dirige-se muito bem aos espíritas. Quantos deles por ar andam, sem estudo, sem prática, sem orientação, fazendo obra contraproducente e ao mesmo tempo abandonando seus interesses pessoais seus deveres de família, seus deveres de sociedade!

Na Seara chega-se a encontrar até os vendilhões que apregoam sua mercadoria pelos jornais como o mercador na praça pública, sempre visando bastardos 1nteresses. Ora são médiuns mistificadores que exploram a saúde pública; ora são “gênios" capazes de abalar os céus para satisfazerem a curiosidade dos ignorantes. Enfim são muitos os que trabalham, mas poucos os que ajuntam, edificam, tratam, como devem, a Vinha que foi confiada à sua ação.

Há uma outra ordem de espíritas que nenhum proveito tem dado ao Espiritismo. Encerram-se entre quatro paredes, não estudam, não lêem, e passam a vida a doutrinar espíritos.

Não há; dúvida de que trabalham estes obreiros; mas, pode-se comparar a sua obra com a dos que se expõem ao ridículo, ao ódio, à injúria, à calúnia, no largo campo da propaganda? Podem-se comparar os enclausurados numa sala, fazendo trabalhos secretos e às mais das vezes improfícuos, com os que sustentam, aqui fora, renhida luta e se batem, a peito descoberto, pelo triunfo da causa que desposaram?

Finalmente, a Parábola conclui com a lição sobre os olhos maus: os invejosos que cuidam mais de si próprios que da coletividade; os personalistas, os egoístas que vêem sempre mal as graças de Deus em seus semelhantes, e a querem todas para si.

Na História do Cristianismo realça a Parábola da Vinha com os característicos dos seus obreiros. “O que era é o que é", diz o Eclesiastes;

e o que se passou é o que se está passando agora com a Revelação Complementar do Cristo. Há os chamados pela madrugada, há os que chegaram à hora terceira, à hora sexta, a nona e a undécima. Na verdade estamos na hora undécima e os que ouvirem o apelo e souberem trabalhar como os da hora undécima de outrora, serão os primeiros a receber o salário, porque agora como então, o pagamento começará pelos últimos.

Ai dos que clamarem contra a vontade do Senhor da Vinha! Ai dos malandros, dos mercenários, dos inscientes!.




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Mateus 20:1

PORQUE o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha.

mt 20:1
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Mateus 25:2

E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas.

mt 25:2
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Mateus 25:3

As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo.

mt 25:3
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