Encontro de Paz

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Capítulo XXII

Dever de servir


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Em matéria de beneficência, todos estamos na obrigação de doar algo de nós à vida que nos cerca.

E isso não sucede tão somente a nós, as criaturas que atingimos a razão, mas igualmente a todos os seres. Minerais fornecem agentes químicos. Vegetais distribuem utilidades múltiplas.

No reino animal, milhões de vidas trabalham e se sacrificam a benefício do homem: camelos que o transportam, ovelhas que o vestem, cães que o auxiliam e bovinos que o alimentam.


Todos nos achamos convocados a entregar a nossa cooperação pelo bem geral.

Acontece, no entanto, que na criatura humana, o discernimento conquistado cria o problema da livre aceitação do dever de servir.

Todos nos reconhecemos indicados para oferecer o melhor de nós para que apareça o melhor dos outros em auxílio de todos.

Desfrutando, porém, do atributo divino de contribuir conscientemente na Criação Universal e não constando a violência da Obra de Deus, o homem, muitas vezes, quando se vê compelido pelas forças da vida a fazer o melhor de si a benefício do progresso comum, oferece ingredientes negativos à engrenagem do destino, que ele próprio se incumbe de suprimir depois do erro cometido, despendendo tempo e força para reajustar o que ele mesmo desequilibrou.


Consideremos a nossa parcela de trabalho na economia da existência. Importa observar, entretanto, que qualidade de colaboração doamos de nós e o modo pelo qual entregamos a quota de serviço ao mundo, junto às pessoas e ocorrências que nos cercam, porque embora sejamos livres no espírito e responsáveis na ação, todos, na essência, somos canais vivos de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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