Encontros no Tempo

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Capítulo I

Deus, evolução e vida


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Ateísmo

R — Emmanuel comumente nos diz que o ateísmo é uma condição transitória para o espírito, considerando-se que todos nós somos criaturas imortais. O ateísmo assim pode ser considerado por faixa de sombra, em nossa estrada evolutiva. Uma espécie de túnel que atravessamos na direção da claridade.


O Espírito de Jesus-Cristo. Evolução

R — Sempre que indagamos sobre isso aos Amigos Espirituais, não sei se por reverência ou se eles consideram oportuno adiar para nós o total conhecimento da Verdade, informam nossos Benfeitores que o Espírito de Jesus-Cristo lhes surgiu tão imensamente alto nos valores de evolução e sublimação que, quando acordados para a verdade, não conseguem falar a respeito do Senhor senão com um apreço que se avizinha do deslumbramento. Algo parecido com aquilo que sente a criança num curso primário de instrução ao tomar contato com um professor da mais elevada expressão no terreno da cultura e do sentimento. Saberão falar do Cristo, diz-nos Emmanuel, mas quando conquistarem a lente espiritual adequada à compreensão ou maturidade de que necessitam para isso. Até que o consigam, sentem-se os Amigos da Vida Maior, perante o Cristo, como quem se vê iluminado por uma luz forte demais para ser analisada sem os instrumentos precisos. [Vide a ]


Degredo para mundos primitivos

R — Márcia, muitas realizações para o Terceiro Milênio, segundo Emmanuel, poderão talvez ocorrer depois de 2.990. Imaginemos, pois, certos fenômenos de triagem na coletividade humana para séculos não muito próximos. Os Amigos Desencarnados afirmam que na própria galáxia, de cuja vida e grandeza partilhamos, existem numerosos mundos de feição primitiva, aptos a nos receberem para estágios mais simples de progresso espiritual, caso não queiramos seguir o surto de elevação em que a nossa Terra está penetrando.


Sofrimentos: como aceitá-los

R — Aceitação sem inércia no trabalho de renovação íntima, é o que a Espiritualidade nos ensina. Temos aprendido que o livre arbítrio é absoluto em nossas escolhas mentais, fazendo-se relativo quando os nossos pensamentos tomam forma, compelindo-nos a sentir os princípios de causa e efeito. É por isso que liberdade de escolha e destino coexistem na vida. Todos os dias na existência humana, podemos criar causas ou enfrentá-las. Desse modo, mesmo nas situações mais aflitivas da reencarnação, podemos modificar nossa vida, para melhor, aceitando o que já fizemos de nós em outras existências (ou nesta mesma existência), e procurando melhorar-nos sempre. Um irmão reeducando em qualquer instituto penal, na própria cela em que se vê segregado conseguirá, se quiser, entrar em novo campo de aceitação do que fez de si mesmo e, agindo com humildade e compreensão, no trabalho de sua recuperação e liberdade, começará conquistando o respeito e a simpatia dos próprios guardas que o acompanham, candidatando-se ao livramento condicional e até mesmo à definitiva libertação.


Misericórdia e carma
[Sobre Elias e João Batista]

R — Conforme ensinamentos da Espiritualidade Superior, sempre que estejamos em função da justiça devemos exercê-la com misericórdia. Cremos sinceramente que João Batista, o Precursor, era Elias reencarnado. O respeito devido ao Evangelho não nos permite anatomizar o problema da morte de João Batista. Mas perguntamos a nós mesmos, na intimidade de nossas orações, se ele não se teria exonerado do rigor do carma caso agisse com misericórdia no exercício do que era considerado justiça para com a família de Herodes. É um ponto em minhas reflexões na veneração com que cultivo o amor pelos vultos inesquecíveis do Cristianismo.


As profecias de Nostradamus

R — Com respeito às profecias de Nostradamus que, aliás, devemos estudar com o maior respeito ao mensageiro humano dos vaticínios conhecidos, pede-nos Emmanuel para lermos com meditação a Parábola de Jonas (Jn 3:1) no Antigo Testamento.


Retorno à tarefa mediúnica

R — Nos tempos últimos, as tarefas mediúnicas se tornaram cada vez mais agradáveis para mim, e, de tal modo, que, se eu pudesse escolher, será para mim um privilégio voltar à Terra na condição de médium, na Doutrina Espírita, não com a ideia de que eu esteja trabalhando no soerguimento do Espírito Humano, mas no soerguimento e melhoria de mim mesmo.


Trabalhador, até o último instante

R — Se soubesse de meu último dia no corpo, cancelaria qualquer tarefa, como sejam viagens ou contatos outros, para trabalhar, no máximo, com os Bons Espíritos de modo a aproveitar o restinho de tempo que estivesse ao meu dispor.


Prudência nas revelações mediúnicas

R — O médium, na Doutrina Espírita, à medida que se conscientiza nas tarefas, que desempenha, aprende com os Espíritos Amigos que só interessa o bem das criaturas e que o mal não merece considerações, a não ser aquelas que nos levem a extirpá-lo com espírito de amor. Por isso tarefa mediúnica inclui a triagem necessária dos assuntos a serem comunicados, para que o bem seja sustentado entre nós. O médium responsável é semelhante ao guarda-chaves da ferrovia: deve ter cuidado na passagem dos comboios evitando qualquer desastre. No caso é a passagem ou a filtragem das ideias.


Energia atômica e energia mental

R — Do ponto de vista dos matemáticos, conforme as minhas próprias experiências, eu precisaria estudar por muitos milênios ainda para ser um Enrico Fermi ou outro qualquer dos Espíritos notáveis que cooperaram na fórmula da bomba atômica, a fim de entrar com proveito, na faixa dos Espíritos Sábios que tratam do assunto. Penso, porém, que poderemos imaginar como será belo o nosso mundo, já maravilhoso por si, quando soubermos liberar a energia mental para o bem de todos.


Suicídio: como evitá-lo

R — Diria imediatamente, qual já tenho feito em diversas ocasiões, que a morte não existe como extinção da vida e que convém a essa pessoa uma pausa para pensar nas próprias intenções e revisá-las.


Ensino religioso nas escolas

R — Emmanuel sempre diz que o ensino religioso é indiretamente recomendado pelas leis da vida no próprio lar em que surgimos para nova reencarnação. Isso quanto à vida em si. Quanto ao ensino religioso, por leis humanas, nas escolas, não nos cabe interferir nos processos julgados justos e aconselháveis pelos nossos governantes para as nossas atividades comunitárias, mas, na forma de moral cristã, sem induções à separatividade, o ensino religioso nas casas de instrução, a nosso ver, será sempre benéfico e claramente compreensível em países de formação cristã.


Hipnose e magnetismo nos Centros Espíritas

R — Sim, quanto ao futuro e talvez futuro remoto. Por enquanto, como devemos trabalhar considerando o todo da comunidade e não a parte que somos, nos será aconselhável, nos templos espíritas cristãos, condensar todos os recursos da hipnose ou do magnetismo em suas diversas derivações, no auxílio do passe e da oração de ordem curativa, confiando-nos a Jesus e aos Bons Espíritos que saberão encaminhar nossas forças e manejá-las em nível de elevação adequado, não aos nossos desejos e sim às nossas necessidades. Menos fenômeno e mais socorro, com o Amor iluminando qualquer observação.


Evolução da sociedade terrestre

R — Os otimistas, digo, com licença deles, dirão talvez que a Terra caminha para mais altos horizontes em matéria de compreensão. E, na certeza de que nunca seremos abandonados pela Providência Divina, acreditam que Deus nos concederá recursos para burilar-nos, no tocante ao amor, a fim de que a sociedade terrestre, depois de longas experiências, possa atingir o máximo de paz e felicidade, no relacionamento comum entre as criaturas que a constituem.


Evolução e determinismo

R — Admitimos que a evolução, como aprimoramento dos seres, é tão fatal como a vida que desafia a morte para continuar além dela. O quadro de ordenações determinísticas nesse sentido, escapa ao nosso senso humano de apreciação. Isso, no entanto, não invalida a livre escolha em nossos pensamentos na esfera individual, no que tange ao destino dentro da vida. A evolução é fatal, mas, em nós mesmos, dispomos da faculdade de seguir com o carro do progresso ou marginalizar-nos em certas paradas no caminho por nossa própria conta.


A influência dos números

R — A numerologia deve trazer em si um mundo vasto de significações, que demanda estudos adequados com a supervisão de especialistas do assunto. Não disponho de elementos para confirmar ou negar as assertivas das autoridades que se manifestam nessa área de investigações espiritualistas. Guardo, porém, a convicção de que, em nosso renascimento já trazemos, por inspiração dos Benfeitores Espirituais que nos assistem, a influência dos números de que estejamos necessitados para que a vida nos conceda o melhor que sejamos dignos de receber. E isso acontecerá, até que possamos conquistar a numerologia como ciência para o domínio de nossos conhecimentos.


O controle dos genes

R — Compreendemos que a ciência da Terra dispõe de meios para qualquer experimentação nos setores da genética. Os 1nstrutores Espirituais afirmam, contudo, que esse tipo de experimentação deve merecer o máximo cuidado da parte de quantos se encarregam da orientação do mundo. Para evitar incursões na teratologia com evidente menosprezo da personalidade humana e a fim de coibir abusos que funcionariam em prejuízo do equilíbrio espiritual nos grupos sociais da Terra, devemos pedir o amparo da Providência Divina para que a inteligência do homem espere alguns séculos a fim de entrar no assunto com segurança.


Divaldo Pereira Franco. Faculdades

R — Encontrei Divaldo em novembro último e achei-o muito bem animado. Se ele recebe os Espíritos enquanto fala — e Divaldo tem estrelas na ponta do verbo — porque não haveria de estar mediunizado também enquanto psicografa? O que acho notável em Divaldo é sua perseverança no trabalho. Enquanto muitos desistiram a meio caminho, ele prossegue imperturbável há mais de um quarto de século. Ele não parou nunca, e isto é uma beleza, não é?… Impossível esquecer isso.


O Espiritismo em Goiás

R — Goiás, no país, sempre se caracterizou por fator de equilíbrio em nossa comunidade. Isso é tão real que Brasília é hoje, no centro da terra goiana, o próprio coração de todos os interesses que nos reúnem uns aos outros como povo progressista e cristão. Estejamos certos de que, só por isso, podemos e devemos esperar de Goiás as maiores e melhores demonstrações de serviço espírita-evangélico, em favor de nossa cultura e das nossas construções de paz e fraternidade com a bênção de Jesus.



Entrevista de Márcia Elizabeth, realizada em Uberaba/MG, na residência do médium, que respondeu às perguntas por escrito, sob assistência do Espírito de Emmanuel. Transcrita do jornal Goiás Espírita, Goiânia/GO, março de 1976, sob o título “Entrevista com Chico Xavier”.



Francisco Cândido Xavier

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Jonas 3:1

E VEIO a palavra do Senhor segunda vez a Jonas, dizendo:

jn 3:1
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