Encontros no Tempo
Versão para cópiaA mensagem maior vivida com Jesus e Kardec
Estimado Chico Xavier, viemos de São Paulo, com dois objetivos: — o primeiro, trazer até você o abraço carinhoso de todos os nossos companheiros da USE, no momento em que você se encontra às vésperas de completar 50 anos de atividade mediúnica, na Seara do Mestre; — e, em segundo lugar, levar conosco a sua mensagem a nossos irmãos de ideal que vibram amorosamente em sua direção. Assim sendo, caro Chico, por ordem perguntaríamos:
Processo de unificação
R — Não tenho qualquer autoridade para tratar do assunto, com a importância que o assunto merece. Creio, porém, que os companheiros responsáveis pela divulgação da Doutrina Espírita estarão em rumo certo, conduzindo a ideia espírita ao coração da comunidade, envolvendo o conhecimento superior no trabalho, tão intenso quanto possível, do amor ao próximo. O serviço aos semelhantes fala sem palavras e, através dele, os sentimentos se comunicam entre si.
Espiritismo e comunicação de massa
R — Admito seja nossa obrigação servir sempre à Causa do Bem de Todos, formando, assim, o preciso ambiente para que se manifeste a colaboração dos Espíritos Superiores. No caso, lembro-me do trabalho da aviação: sem aeroporto conveniente, o avião não encontra pouso seguro. Se o Espírito encarnado não colaborar no bem, será muito difícil o intercâmbio com os Espíritos Elevados.
Divulgação doutrinária
R — A resposta será mesmo: estudar sempre, com a aplicação dos ensinamentos nobres que venhamos a colher. Nesse sentido, sempre noto que o diálogo entre grupos reduzidos de estudiosos sinceros, apresenta alto índice de rendimento para os companheiros que efetivamente se interessam pela divulgação dos princípios Kardequianos.
R — Creio seja vivenciar a nossa Doutrina, através do nosso testemunho diário de renovação gradativa para o bem, a começar do íntimo de nossas próprias casas.
Unificação e Doutrina Espírita
R — Caro Amigo, o seu desejo muito me honra, mas sinceramente, a meu ver, não temos qualquer mensagem maior que o convite à divulgação e ao conhecimento da Doutrina Espírita, vivendo-a com Jesus, interpretada por Allan Kardec. Penso que, nesse sentido, deveríamos refletir em unificação, em termos de família humana, evitando os excessos de consagração das elites culturais na Doutrina Espírita, embora necessitemos sustentá-las e cultivá-las com respeitosa atenção, mas nunca em detrimento dos nossos irmãos em Humanidade, que reclamem amparo, socorro, esclarecimento e rumo. Integrar-nos na vida comunitária, vivendo-lhe as necessidades e as lutas, os problemas e as provas, com a luz do conhecimento espírita, clareando atitudes e caminhos, para nós, a meu ver, deveria ser uma obrigação das mais simples. Não consigo entender o Espiritismo sem Jesus e sem Allan Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que os nossos princípios alcancem os fins a que se propõem. Não conseguindo pensar de outro modo, peço a Jesus a todos nos esclareça e abençoe.
Entrevista ao jornal Unificação, de São Paulo/SP, e publicada em sua edição de julho/agosto de 1977, com o título: “Nosso jornal entrevista Chico Xavier”.
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