Entes Queridos

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Capítulo IV
Ilustração tribal

Edvaldo Paixão da Silva


Temas Relacionados:

Uberaba (MG) — 24 de fevereiro de 1960.

Rifaina (SP) — 27 de fevereiro de 1977.

Mineiro de Uberaba, filho de Geraldo Paixão da Silva e de Maria do Carmo Silva, Edvaldo desencarnou numa excursão de seu colégio, tragado pelas águas do Rio Grande, na fronteira dos Estados de São Paulo e Minas Gerais

Dezessete anos, recém completados, após as férias escolares, cursaria o primeiro ano colegial. Escreveu ao pai, um ano depois de sua passagem para a Vida Espiritual.


ALAVRAS DO PAI DO COMUNICANTE


“As palavras de meu saudoso filho trouxeram-me muito conforto e muita emoção, ajudando-me a não pensar mais no suicídio, tal o desespero em que me encontrava.”

Geraldo Paixão da Silva

ENSAGEM


Querido papai, peço ao senhor para abençoar-me.

Estou aqui em sua companhia, com o vovô Silvério. Não pense que eu esteja esquecido. O senhor, mamãe e Aparecida, podem imaginar que também sofri muito ao me ver sem meios de regressar a casa, como eu queria. Peço-lhes perdão se saí, regressando de maneira que nunca esperei.

Hoje, sei que a Lei de Deus está funcionando nas provações que nos aparecem independentemente de nossa vontade e tudo devemos suportar com paciência.

Diga, papai, para a vovó Almerinda e para minha irmã que me lembro delas constantemente. Sempre que posso, embora ainda precise de muita proteção, vou em nossa casa.

Agradeço à mamãe e à vovó as orações por mim e as flores que me oferecem.

Quando o senhor veste a camisa de meu clube para se lembrar de mim, sinto que uma força muito grande me busca para o seu convívio e fico reconhecido.

Papai, estou melhorando e rogo ao senhor não chore mais, a não ser de agradecimento a Deus. O senhor e mamãe não me perderam. Agora sou mais de casa do que antes, porque o meu pensamento não se retira da bênção com que me receberam e me trataram, enquanto Deus assim permitiu.

Papai, diga em casa que a morte não existe. Mudamos de lugar, mas não mudamos de coração. Peço ao senhor, à mamãe e à vovó Almerinda para me abençoarem e peço a Deus os recompense por todo o bem que sempre me fizeram.

Na certeza de que estaremos cada vez mais juntos, receba, querido papai, um abração do seu filho que está aprendendo a fazer preces por sua felicidade.

Sempre seu filho,

Edvaldo

17 de junho de 1978.



Geraldo Paixão da Silva
Francisco Cândido Xavier

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