Entre Irmãos de Outras Terras

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Capítulo XXXII

Diante de outras nações


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Conservarás a dignidade do lar e honrarás, amando infatigavelmente, os pais que te proporcionaram berço e vida.

Nunca sonegarás teu auxílio aos que te peçam amparo e compreensão no aconchego doméstico.

Exaltarás, servindo, a terra que te acolhe por mãe generosa, retribuindo, em cuidado e respeito, o pão que ela te dá.

Saberás agradecer o espaço em que movimentas, assegurando-lhe a limpeza e ofertando-lhe, sempre que possível, o perfume de alguma flor que dependa de teu carinho.

Situarás, enfim, o coração na pátria que te reúne aos irmãos do mesmo ideal e da mesma língua, mas não olvidarás que o mesmo céu estrelado, de vigia sobre as nossas aspirações, agasalha as esperanças de outros povos que recebem como nós a Bênção de Deus.

Quando procures o trabalho, cada manhã, recorda que outros homens fazem o mesmo, quando o Sol lhes anuncia um dia novo, e, quando envolvas teus filhos nas preces da noite, pensa nas mães que, em países distantes, velam igualmente, suplicando ao Todo Misericordioso lhes proteja e conduza os entes queridos.

Não julgues que a riqueza amoedada de alguns e a carência econômica de outros sejam motivo a diferenças. As dores que nos aprimoram a alma e as alegrias que nos impulsionam para a frente vibram em milhares e milhares de corações no outro hemisfério.

Quando algo ouças, em torno de grupos dessa ou daquela nação que estejam empreendendo a guerra de conquista, ora por eles; são irmãos que desconhecem as reações dolorosas que lhes reajustarão o espírito mais tarde.

E quando escutes algum noticiário, acerca de grupos outros que estejam em provação, ora igualmente por eles, para que não lhes escasseiem o dom do trabalho e a força da paciência. A todos considera como sendo nossos companheiros, criaturas do mesmo Criador e filhos do mesmo Pai. De futuro, nos reinos do Espírito, vê-los-ás na condição da Humanidade — nossa verdadeira família.

Aprende, pois, desde hoje, a banir do teu dicionário a palavra “estrangeiro” e, em se referindo a alguém que haja nascido em clima diverso, deixa que a fraternidade te suba da alma aos lábios e dize sinceramente “nosso irmão”.




(Paris, França, 21, Agosto, 1965.)

(Psicografado por Francisco C. Xavier.)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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