Esperança e Luz

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Capítulo VII

As pedras do caminho


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Meu prezado irmão, que a paz de Jesus derrame sobre o seu coração as suas bênçãos divinas.

Em nossa tarefa de consolação e de amor, não nos detenhamos na contemplação das pedras do caminho.

Se a análise é um esforço sagrado com os que tenham olhos de ver e coração para sentir, o atrito de opiniões nos bastidores das ideias religiosas, sem que hajam nos Espíritos, a mesma capacidade de visão espiritual e o mesmo sentimento de fraternidade e de amor nos corações, torna-se numa pedra que pode paralisar, indefinidamente, a nova marcha para Deus.

Com respeito às teses do Consolador, que consubstanciam a Terceira Revelação, em face da Igreja romana, mais que nós, acima de quaisquer polêmicas ou comentários, falam as misérias e as ruínas da suposta consciência cristã nesta hora amarga do mundo, fruto das cogitações políticas do Papado.

Não nos cabe discutir qualquer ponto de vista particular, em matéria religiosa. Cada qual deve guardar a sua concepção, de conformidade com a sua “zona lúcida”.

E são poucos os que a preferem conservar na zona de seus imperativos de ordem econômica, no complexo das atividades sociais.

O nosso esforço é o da cristianização, dentro da certeza de que todas as ilusões cairão por si mesmas, sem que o Senhor para destruir os falsos ídolos necessite mobilizar os processos agressivos do mundo.

Em nossos labores doutrinários, não nos impressionemos com os longos discursos e com os amontoados de palavras. Aos subterfúgios e à intoxicação intelectual, respondamos com a nossa tarefa de edificação e de nosso trabalho, como quem sabe que cada um deve responder por suas próprias obras.

São elas que salvam ou condenam os homens, longe das escolas religiosas a que se hajam filiado nas inquietações terrestres.

E quanto ao mais, lembremos que o Mestre Divino recomendou o crescimento simultâneo do joio e do trigo, (Mt 13:24) na sua semeadura bendita. Suas mãos misericordiosas saberão guardar os frutos da verdade na ocasião da ceifa.

Oremos pelos nossos irmãos que não nos compreendem e não perturbemos a nossa marcha para Deus, cultivando qualquer cristalização do caminho.




(Mensagem dirigida a um irmão solicitante, em 14 de abril de 1939)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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