Esperança e Vida

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Capítulo X

O lar


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Lar

O lar não é somente o santuário de alvenaria, onde reconfortas o corpo. É também o reino das almas, onde o teu coração reclama a bênção da paz e a alegria de viver.

É o templo, em cujo altar vivo o Senhor nos situa o Espírito para o aprendizado na escola humana.


Aprende a servir dentro dele, a fim de que possas representar dignamente o papel que te cabe no mundo.

Semeia, aí dentro, no recinto abençoado que te viu crescer, a bondade e o entendimento.

Quando não fores compreendido por aqueles que te cercam nos laços da consanguinidade, cultiva o auxílio silencioso, em benefício dos que te rodeiam.


Em casa, quase sempre, aliam-se a nós os amores mais santos, construindo-nos o paraíso mais doce, e prendem-se ao nosso temporário destino na Terra as aversões mais profundas em tempestades do sentimento.

Sob o véu misericordioso da reencarnação, amigos e adversários aí se congregam, disputando o prêmio do aprimoramento espiritual.

Em razão disso, é possível sofras, no campo familiar os tormentos mais rudes, entretanto, não te desesperes, nem te desanimes…


Ilhado pelas incompreensões, perdoa e serve sem descansar.

Fustigado pela discórdia, não te confies a tristeza destrutiva.


Regozija-te com a possibilidade do recapitular pequeninas experiências, lutando pela própria regeneração.

Se compulsoriamente afastado daqueles que amas em razão da rebeldia deles mesmos, ampara com as vibrações do pensamento amigo àqueles que te expulsam.

Um dia, a luz brilhará sobre a mente crepuscular dos nossos companheiros infelizes, assim como o dia volta a raiar, ao fim de cada noite.


Jamais te esqueças de que o lar é uma bênção de Deus na Terra. Não grites, nem te revoltes, dentro dele. Não te entregues à crueldade ou ao desalento, entre as suas fronteiras de amor.

Lembra-te de que a tua casa é bendito refúgio do teu pão, dos teus sonhos e do teu estímulo ao trabalho renovador.

No lar, temos o nosso mais valioso curso de abnegação e fraternidade e, quando praticarmos o ensinamento do amor puro, com quem nos partilha a mesa e se entrelaça conosco, através do calor do mesmo sangue, então estaremos inteiramente habilitados para seguir com Jesus, no apostolado do bem à Humanidade inteira.




(Psicografia de Francisco C. Xavier)



Neio Lúcio
Francisco Cândido Xavier

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