Estamos Vivos

Versão para cópia
Capítulo IX

Israel Ovídio Nogueira Júnior

Israel Ovídio Nogueira Júnior

Querida Maria Amélia e querida Valéria, ainda estou aparvalhado com o caráter fulminante da virose que me despojou do corpo físico.

Sou trazido até aqui por minha avó Amélia, que foi a mãezinha da nossa vovó Amélia, que veio para a vida espiritual em circunstâncias tão trágicas.

Acordar nestes reinos diferentes de tudo o que se conhece, casualmente, no mundo, para mim foi um assombro que não sei classificar.

A bondade familiar está aqui onde me vejo agora, tanto quanto está aí em nossos caminhos da Terra.

Tenho um mundo de impressões na cabeça, que não consigo exteriorizar. As surpresas se condensam, de modo que não me sobram recursos para decifrá-las.

Apesar disso, peço-lhes dizer ao papai Israel e à mãezinha Míriam, que a vovó Amélia não e tratada onde nos achamos, à maneira de alguém que houvesse cortado voluntariamente o fio da existência, mas sim na condição de vítima da esclerose, subitamente agravada por fobias que a induziram a esquecer-se, do ponto de vista de condução da própria vontade; não me conheceu ao ver-me, no parque de tratamento a que foi conduzida.

Fala ainda em dinheiro, como se estivesse totalmente desvalida; entretanto, não sabe claramente o que diz; no entanto, no estado de amnésia em que se encontra, não perde a vocação da prece e, quando conversa, chora, falando em Jesus.

Rogo à mãezinha Míriam não se impressionar com o sucedido à vovó Amélia, porque os amigos aqui nos informam de que tudo foi feito em vão por auxiliá-la no último transe da vontade enferma e inábil para se conduzir.

Rogo à nossa querida Valéria me perdoe se não pude cumprir os meus votos.

Parece que a morte do corpo está revestida de poder, a fim de fazer o que deve, sem cogitar de nossos interesses e inquietações.

Conquanto o avanço rápido da virose que me exterminou o equilíbrio orgânico, não perdia a lucidez e, a cada instante, recordava quanto devia à nossa Valéria em amor e generosidade.

Agora, Maria Amélia, você e Ana Amélia, irmãs que vivem por dentro de minha própria alma, me auxiliem a pedir a Jesus faça a nossa Valéria tão feliz, quanto desejei, com a impossibilidade de fazê-lo querida Valéria será feliz, assim espero.

Peço-lhes não cogitarem do processo fulminante da virose que me impôs o término das forças físicas.

A desencarnação deve possuir mil braços para atingir a tanta gente de uma vez.

Vocês, queridas irmãs, auxiliem igualmente ao papai Israel e à mãezinha, rudemente agredidos pelas provações dos tempos últimos.

Quando pensarem na vovó Amélia, ainda que por minutos breves, enviem a ela pensamentos de paz e amor. Isso lhe fará remédio salutar.

Querida Valéria, meus queridos pais e queridas irmãs, recebam as saudades e o carinho de todos os meus dias de agora, com todo o amor de que se sente capaz de sentir, do filho, irmão e noivo do coração,


Israel Ovídio Nogueira Júnior

Israel Ovídio Nogueira Júnior, nasceu em Uberaba, Minas, a 14 de junho de 1954, desencarnando em Cuiabá, Mato Grosso do Sul, a 9 de setembro de 1986, filho do Sr. Israel Ovídio Nogueira e de D. Míriam Magalhães Nogueira, residentes à Avenida Leopoldino de Oliveira, 59, apartamento 1701, fone 332:3472.

Era fazendeiro, tendo exercido as suas atividades na Barra do Bugre, MT, por quatorze anos, antes de se transferir para o local, onde veio a desencarnar.

Sobre a mensagem psicografada, na noite de 27 de dezembro de 1986, eis o que conseguimos apurar entrevistando a noiva do comunicante, Srta. Valéria Minas de Assunção, residente em Uberaba, à Rua Tristão de Castro, 78, fone 333:1887:


1 — Maria Amélia — D. Maria Amélia Nogueira Castro Cunha, irmã.


2 — “Minha avó Amélia”— D. Amélia Borges, bisavó materna.


3 — “Nossa vovó Amélia” — D. Maria Amélia Teixeira Borges, avó materna, desencarnada a 18 de março de 1986, em consequência de suicídio, em Uberaba.


4 — Ana Amélia — D. Ana Amélia Nogueira Derenusson, irmã, residente em Uberaba.


Dignos de nota na mensagem sob nosso enfoque:

1 — a ênfase dada à fulminante virose que despojou o Autor Espiritual de seu corpo físico, anulando-lhe os planos de casamento;

2 — o processo de tratamento dado à sua avó Amélia, constituindo-se num caso de suicídio com atenuante, devido à arteriosclerose de que ela fora vítima, propiciando-lhe o exagero de preocupação com o índice inflacionário do nosso País e com os sucessivos “pacotes econômicos”, lançados pelo Governo. A Misericórdia Divina, considerando a devastação física que sofrera a pretensa suicida, prestou-lhe o socorro necessário, deixando-a prosseguir na perturbação temporária a que se precipitou, por invigilância, motivo por que não tomou conhecimento do seu neto, no parque de tratamento onde se encontrava;

3 — alerta-nos para que venhamos a emitir pensamentos de paz e amor, todas as vezes que pensarmos nos suicidas ou supostos suicidas, já que semelhante prática resultará em remédio salutar para o Espírito em sofrimento, no Plano Espiritual.

Sobre suicídio da natureza que estamos estudando — atirar-se a pessoa pela janela de um edifício de grande altura —, sugerimos ao leitor consultar o Capítulo 17 do livro (Francisco Cândido Xavier, Espíritos Diversos, Elias Barbosa, Prefácio de Emmanuel, IDE, Araras, S P, 1ª edição, 1987, pp. 157-167).


Elias Barbosa


Israel Ovídio Nogueira Júnior
Francisco Cândido Xavier

Este texto está incorreto?