Reconforto

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Capítulo XIII

No caminho da Fé


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Imaginemos a ascensão ao conhecimento superior como sendo uma escada a erguer-se das sombras para a luz.

Em cada degrau, respiram viajores no encalço das conquistas do espírito.

Naturalmente, cada um deles contemplará a paisagem, de maneira diversa, apreendendo-lhe os ângulos, do ponto de vista da posição em que transitoriamente estagia.

Alguns nada mais divisarão além do nevoeiro do abismo em que ainda se apoiam…

Outros verão, esperançosos a claridade tênue do dia, fulgurando nas reentrâncias do vale…

Outros ainda analisarão a beleza que esplende na superfície do solo e ainda outros conseguirão, de altos cimos, a visão soberana da auréola solar, em cintilações no corpo do monte…


Igualmente na vida, em assuntos de fé, não olvides que a nossa situação é diferente, sempre que confrontada à situação dos companheiros que nos partilham a rota.

Cada um deles, à semelhança do que ocorre conosco, enxergará tão somente as minudências do quadro que lhe firam os recursos visuais em processo de crescimento.

Não nos desequilibremos em descabidas reclamações, à frente daqueles que não podem ver por nossa retina ou mentalizar com a nossa cabeça.

Quem se ergue a plano superior, em verdade, não pode crer que unicamente a palavra, por mais veemente, possa substituir o trabalho de elevação.

Se desejas que os outros contemplem a luz que já percebes, não lhes condenes a deficiência, nem lhes lastimes a manifesta incapacidade.

Aprendamos a dobrar a própria cerviz, oferecendo-lhes as nossas mãos, com bondade e nobreza, para que possam subir também.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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