Capítulo XXVIII

Alavanca da vida


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Através do amor, nasce a criatura no berço que o mundo lhe entretece, em fios de esperança e, com ele, desenvolve-se, respirando a existência.

E cedo, quase sempre, por amor enceguecido, afeiçoa-se ao orgulho e, por amor desgovernado, cede às teias da delinquência.

Além da morte, porém, o amor genuíno acorda o discernimento anestesiado, e no amor vigilante, convertido em remorso, volvemos todos nós às justas do trabalho, ressarcindo o gravame que nos onera a vida.

É aí, nessas atormentadas províncias das sombras, que o amor tange as almas no reajuste preciso…

Mães abnegadas que se iludiram, envenenando o mel da ternura, pedem a bênção do recomeço, a fim de recolherem, novamente, nos braços os filhos que olvidaram na irreflexão e no vício;

pais amigos, que fizeram da proteção e da segurança sistema de tirania, voltaram de novo à Terra, sofredores e penitentes, com a missão de reunirem, a preço de mágoa e fel, o rebanho das almas que dispersaram na rebeldia;

grandes mulheres que, por amor desorientado, intoxicaram a própria vida, rogam tarefas de sacrifício em que lavam com as águas do pranto as nódoas aflitivas que lhe marcam a rota, tanto quanto homens notáveis, que por amor desvairado se enredaram aos crimes da inteligência, suplicam as provas da frustração ou da e enfermidade com que arredam de si a chaga da loucura e a dor do arrependimento.


É assim que por amor surge o charco da crueldade, mas também por amor brota a fonte das lágrimas que, em tudo, o purifica.

Procuremos na renúncia a nossa forma de amor, de vez que somente amando a nossa oportunidade de erguer o bem para os outros, sem cogitar do apego a nós, é que seremos arrebatados ao sol do amor triunfante, que na Terra e nos Céus, é e será sempre a alavanca da vida.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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