Fé e Vida
Versão para cópiaVisita fraterna
Hoje cedo, deixei o meu retiro E como sempre ocorre, dei-me ao giro Onde a sombra se espalha e a penúria golpeia… Descobri, para logo, a caravana Dos que sofrem no corpo a garra desumana Da rude provação que os encadeia. Vi tristes mães chorando desprezadas, Crianças esmolando nas estradas Um cobertor usado ou a dádiva de um pão, Velhinhos a tremer na jornada sombria, Gemendo entre a garoa e a ventania E os doentes cansados de aflição. Vi mais longe, conquanto em outros lados, Pobres irmãos erguendo os punhos revoltados E a brandirem na terra estranho açoite… Era a equipe da incompreensão que ainda não dorme Alimentando, a desespero enorme, Pensamentos da guerra, dia e noite!… Então gritei na longa senda escura: “— O que fazer, Jesus, entre a sombra e a loucura?” O Celeste benfeitor guardou a minha mão… E, através de viagem curta e leve, Penetrei na cidade, em tempo breve, E abracei-vos, feliz, neste nobre salão. O vosso grupo de beneficência É o socorro à penúria e vacina à violência, Traduzindo a resposta do Senhor!… Cooperando no bem, de parcela em parcela, Anunciais a paz que assim se nos revela Na bênção de servir pela união no amor. E em prece de louvor, notando-vos o exemplo, Neste recinto em flor transfigurado em templo, Ao clarão imortal da fé que nos conduz, Clamo, perante os Céus, alegre e enternecida! “— Amados irmãos meus, Deus vos sustente a vida, Guardando-vos, em paz, nos festivais da luz!…” |
(Reunião beneficente, realizada no Salão de Festas do Clube Pinheiros, em São Paulo (SP), 26 de agosto de 1984)
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