Festa de Paz
Versão para cópiaAnotações sobre a morte
Em chegando ao Grande Além, No Território Celeste, Ninguém pergunta o que foste, Tão-somente o que fizeste. Na morte, é que compreendi Quão pobre e enganado fui… Aquilo que possuímos É aquilo que nos possui. Quem cai na morte levando Tempo vazio e infecundo, Simplesmente sai do corpo Mas não se afasta do mundo. Um homem pediu a Morte, Veio a Morte, de repente; No entanto, ele praguejou: — “Sai daqui, bruxa insolente!…” Quando a Morte vem de cima, Vem por Divino Decreto, E, às vezes, tem no micróbio Um forte agente secreto. Triste e faustoso, o destino Do milionário Aguiar: Morreu chorando os milhões Que não podia levar. Dona Anica escondeu ouro, Muito ouro num jirau, Doente, perdeu a fala, Morreu pedindo mingau. Ganhou a quina da loto O amigo Antonio Tanata… Morreu de tanta alegria… Ouro demais também mata. Na vida, os dias são livros Que o calendário segura, Mas só a força da Morte Pode alterar a leitura. Aquele que segue o Bem Por Divina Diretriz, Encontra, à frente da Morte, A luz do tempo feliz. |
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