Fulgor no Entardecer
Versão para cópiaTarefas interrompidas
Em plena mediunidade, Quase sempre, no começo, O médium larga o serviço, Entre os muitos que conheço. Maricotinha Duarte Que mostrava tanta fé, Largou-se do compromisso, Alegando dor no pé. Outra jovem que deixou O trabalho que fazia, Dizendo-se fatigada Foi Adelaide Sofia. Afirmando-se incapaz, Divina da Conceição, Mudou-se caçando ouro Na fazenda do Lajão. Foi grande a infelicidade Do irmão Juquinha Teixeira, Não mais ajudou nos passes E tombou na bebedeira. Falando em grande cansaço, Largou-nos o irmão Joaquim, Mas foi visto obsedado Comendo terra e capim. Fez muita falta, no Centro, A nossa irmã Lia Ernesta, Não quis mais servir de médium E morreu em vinho e festa. Reclamando contra os Céus, Adão, de Campina Rasa, Escondido num recanto, Nunca mais saiu de casa. Liliu deixou de servir, Afirmando-se magoado, Mais tarde estava na rua Revelando-se aleijado. Vendo o trabalho aumentando No Centro, sempre mais cheio, Gil falou que precisava Morar no Sítio do Meio. Deixou-nos para beber O amigo Tito Mateus; Embriagado gritava Que “O mundo é bola de Deus”. Mas atitude infeliz Foi a de Tuca Medina, Desertou de casa e Centro E caiu na jogatina. Doeu-nos o afastamento De Lino, bom companheiro; Quis viver, de luta em luta, Por mais terra e mais dinheiro. Vi muitos médiuns no mundo Com tarefa interrompida, Mas se acharam simplesmente Com mais privação na vida. Muitos encontro no Além, Com alarde ou sem alarde, Lamentando o que fizeram Mas chorando muito tarde. |
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