Gotas de Luz

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Capítulo XXIII

Gotas


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Insultos, provocações,

Não retenhas na memória.

A inveja é sempre um tributo

Que a mesquinhez rende à glória.


Não te esqueças da bondade

No trato com toda a gente.

É tão difícil ser justo

Que mais vale ser clemente.


Quando estamos dominados

Pelo egoísmo vibrante,

O mal alheio é um cabelo

E o nosso é sempre um gigante.


Humilhações do caminho

São golpes e ulcerações.

Mas quem humilha a si mesmo

Recolhe grandes lições.


Realmente, somos donos

Dos olhos, dos pés, dos braços,

Mas Deus é sempre o Senhor

Da força de nossos passos.


A riqueza que garante

Bondade, paz e alegria,

Caminha por toda a parte

Como o Sol que se irradia.


Foge à sombra da tristeza

E ao gelo do desengano.

Amargura dentro dalma

É como a traça no pano.


Alma grande consagrada

À virtude meritória

Converte todo fracasso

Em plantação de vitória.


A luz só encontra a luz

No brilho do próprio seio.

Quem muitas nódoas possui

Vê nódoas no rosto alheio.


Miséria parada e escura

É sempre triste labéu

Mas pobreza que trabalha

É condução para o Céu.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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