Mentores e Seareiros

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Capítulo III

Perdão e progresso


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O progresso é realmente a vitória do perdão.

Podemos, assim, defini-lo como sendo a sinfonia do trabalho em que milhões de vidas renunciam a si próprias, a fim de que a evolução prevaleça, em toda parte, gloriosa e sublime.

É possível averiguar a exatidão de nossa assertiva na própria casa que nos serve de templo às aspirações.

Não fosse o retraimento da pedra que se oculta, resignada, não se equilibraria o edifício nos alicerces.

Não fosse a humildade da argila que cede aos propósitos do oleiro e não poderíamos contar com o tijolo simples, sustentando as paredes acolhedoras.

Não fosse o minério que sabe morrer na forja ardente e não disporíamos da férrea argamassa ao cimento bem posto.

E não fosse a obediência da madeira, exilada do ninho verde que lhe é próprio, e não conseguiríamos os recursos que nos sustentam o teto.

Todas as obras úteis, por mais singelas, requisitam o perdão na base em que se levantam. Não te confies, desse modo, às sombras do antagonismo e ao fel da aversão.

Recebe os adversários da própria senda à feição de valores que te renovam.

Aceita-lhes a cólera ou a perseguição inesperada, como serviços gratuitos ao teu próprio engrandecimento, de vez que das anotações que te enderecem, retirarás sempre valiosas lições, objetivando-te o aprimoramento e a paz, a elevação e a alegria.

Aprende a sorrir para a dificuldade, envolvendo aqueles que a provocam em tua mensagem de simpatia.

Observa a ignorância onde muitas vezes te parece surpreender a perversidade e repara a miséria onde, em muitas ocasiões, acreditas encontrar as trevas do crime e, socorrendo uma e outra, com os teus gestos de compreensão e de amor, edificarás sobre os elementos, aparentemente contrários à tua felicidade, o abençoado caminho de tua grande ascensão.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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