Humorismo No Além
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Humorismo na obsessão
O médium na obsessão É rosa com muito espinho Ou laranjeira coberta Com erva de passarinho. Obsessão só termina No trato de que me valho: Cinco gramas de doutrina Em cada mil de trabalho. Obsessão nasce e bole Na criatura indecisa Que adora conversa mole Naquilo que não precisa. Embora o amor que se prega Neste mundo belo e vasto, Qualquer pessoa carrega Obsessão para o gasto. Obsessão sem conforto, Entre heranças e querelas, Que vem de parente morto É a pior de todas elas. Obsessão, companheiro, É antiga questão aberta; Quem se diz “médium primeiro” Recebe chumbo na certa. Obsessor mascarado, Astral da pior mandinga, É o que vive aprisionado Numa garrafa de pinga. Era estranha obsessão A de Celino Pinheiro; Esqueceu a profissão Mas conhecia o dinheiro. Qualquer cochilo da treva Sempre chega sem aviso: Lembra a serpente e mãe Eva Nas flores do paraíso. No médium que só se alenta Com êxitos e alegrias Mediunidade é uma brasa Acesa por poucos dias. Recebi este recado De um companheiro doente: — Um médium obsedado Obseda muita gente. Esquece toda agressão Que te compele a cair… A hora de tentação É o tempo de resistir. Na Terra, agora, a meu ver, Sempre à verdade cativo, A obsessão de temer, É a de vivo para vivo. Obsessão desconsola, No entanto, por mais nos doa, É sempre a bendita escola Que nos fere e aperfeiçoa. |
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