Inspiração

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Capítulo XVII

Obediência e educação


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Enumeremos alguns símbolos extremamente simples da natureza, mas profundamente reais para nos auxiliarem o raciocínio na escola da experiência.

A semente que se resigna à solidão, no claustro da terra, é aquela que germina para enriquecimento do campo; e a que não passa por semelhante processo renovador, de modo geral, se encaminha para os misteres do adubo.

A planta que resiste à tempestade, adaptando-se construtivamente ao clima em que foi situada, é a que se esmalta de utilidades e flores, frutos e ninhos, na sustentação das criaturas; aquela, porém, que não tolera as vicissitudes do tempo, desce à própria desagregação, antes de haver cumprido a tarefa para que fora indicada.

E assim ser-nos-á possível prosseguir lembrando no educandário da vida:

solo que aguenta arado e trator, enxada e pisoteio é o que produz em consonância com as necessidades da multidão;

pedra que escora o edifício é a que obedece aos projetos do construtor;

fio que comunica a força elétrica para benefício do reconforto é aquele que permanece no esquema de serviço em que foi colocado;

violino que irradia a bênção da música será sempre aquele que demonstra firmeza na função a que foi chamado, sem se sobrepor aos planos do artista.

Acontece o mesmo, no reino do Espírito. Reconhecemos que não será justo comparar o homem a objetos e seres considerados de condição inferior.

O homem é a inteligência que já chegou à Razão e, por isso, é ele o mordomo responsável da vida, mas se não obedece, voluntariamente, em favor do bem de todos, conscientizando as próprias atitudes e aceitando os deveres que se lhe atribuem, ainda mesmo com sacrifício pessoal, a felicidade do Mundo vai se tornando cada vez mais distante e o aprimoramento individual cada vez menos possível.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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