Instruções Psicofônicas
Versão para cópiaHomenagem ao Tiradentes
Na reunião da noite de 21 de abril de 1955, no horário consagrado às instruções, comunicou-se nosso amigo espiritual José Xavier, recomendando-nos: — “Rogamos aos companheiros mais dois ou três minutos de silêncio, em oração, a fim de que o poeta Olavo Bilac, hoje presente às nossas tarefas, algo nos diga, como é de seu desejo, sobre a memória do Tiradentes.”
Minutos após, com a transfiguração habitual do médium, assinalamos a presença do grande poeta brasileiro, cuja palavra eloquente se fez ouvida em nosso recinto, no soneto que passamos a transcrever:
TIRADENTES
Freme, na Lampadosa, a turba em longas filas. Estandartes… Clarins… A praça tumultua… Tiradentes, o herói, ante os gritos da rua, Entra guardando a cruz nas magras mãos tranquilas. — “Morra a conjuração da sombra em que te asilas!” — “Morte ao traidor do reino!…” — E a gentalha que estua. E ele sobe, sereno, d forca estranha e nua, Trazendo o sol da fé a inflamar-lhe as pupilas. Logo após, é o baraço, o extremo desengano… O mártir pensa em Cristo e envia ao povo insano Um gesto de piedade e um olhar de amor puro. Age o carrasco, enfim… O apóstolo balança… E Tiradentes morre, entre o sonho e a esperança, Contemplando, enlevado, o Brasil do futuro. |
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