Instruções Psicofônicas

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Capítulo XLIX

Ao viajante da fé


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Retirando-se André Luiz, o nosso companheiro José Xavier controlou as faculdades do médium e anunciou-nos a presença do poeta Cruz e Souza, recomendando-nos alguns instantes de oração e silêncio. Com efeito, como de outras vezes, alterou-se a expressão mediúnica e, daí a momentos, o novo visitante declamou em voz alta e firme:


Vara o trilho espinhoso, estreito e duro,

E embora te magoe o peito aflito,

Torturado na sede do Infinito,

Guarda contigo o amor sublime e puro.


Martirizado, exânime e inseguro,

Ninguém perceba a angústia de teu grito.

Sangrem-te os pés nos serros de granito,

Segue, antevendo a glória do futuro.


Lembra o Cristo da Luz, grande e sozinho,

E, entre as sarças e as pedras do caminho,

Sobe, olvidando o báratro medonho…


Somente sobe ao Céu Ilimitado

Quem traz consigo, exangue e torturado,

O próprio coração na cruz do sonho.




Cruz e Souza
Francisco Cândido Xavier


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