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Capítulo V

Apelos da vida


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Muitas vezes, perguntas de alma inquieta: “o que fazer na Terra, atualmente marcada, de certo modo, por perigosas aventuras humanas, de permeio com o progresso vertiginoso das ciências?”


No contexto das lutas e provações do cotidiano, é justo que se saiba que somente a consciência tranquila é capaz de sustentar a criatura na construção do bem.

Por isso mesmo, a paciência e o trabalho representam a fórmula ideal para garantir a jornada do homem para diante, no espaço e no tempo.

Não nos será lícito esquecer que incompreensões de grupos, tribulações inesperadas do dia a dia, conflitos de classes, desvinculações de entes amados, manifestações de violência, dores coletivas, calamidades da Natureza, crises de todas as modalidades, problemas de relacionamento e de serviço, alterações nas lides sociais, obstáculos e desafios do mundo, inclinando-nos a desequilíbrio e desânimo, são apelos a que caminhemos nas sendas do dever cumprido no setor de ação que nos foi confiado.

Com a paciência e com o trabalho, superarás todos os empecilhos que se te apresentem à vida, porque estarás, em qualquer parte, vestindo a couraça da fé em Deus, (1ts 5:8) cujas leis continuam, em todos os lugares, sempre justas e imperecíveis.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

AFLITOS

Emmanuel

"Bem-aventurados os aflitos!" - disse-nos o Divino Mestre.

Cabe-nos, todavia, considerar que semelhante felicidade não decorre simplesmente da dor pela dor.

Não podemos esquecer que a aflição é um dardo espiritual que nos impele à procura. E somente aqueles que procuram a frente se transformam em construtores do progresso.

Quem encontra para si mesmo um acordo acomodatício com as experiências da Terra, dificilmente consegue ausentar-se do vale da estagnação para os luminosos cimos do conhecimento superior, às vezes, tão-somente, acessíveis pelos trilhos pedregosos do sofrimento.

Todas as descobertas, que dilataram a alegria e a cultura no Planeta, nasceram na aflição de homens desajustados que souberam criar a renovação à custa do próprio sacrifício.

Guttemberg sente a angústia do pensamento enclausurado e estabelece o berço da imprensa.

Colombo reconhece a estreiteza do Mundo Antigo e, preocupado, avança no rumo da América.

Edison experimenta a inquietação das trevas e inventa a lâmpada elétrica que afugenta as sombras noturnas.

Marconi registra o tormento da separação que isola as criaturas entre si e aperfeiçoa o telégrafo, trazendo á civilização a maravilha do rádio.

Pasteur suporta consigo os padecimentos de milhões de enfermos e, atormentado, desenvolve a conquista salvadora contra os perigos do microcosmo.

Alinhamos estas citações para nos referirmos, tão-somente, a alguns dos missionários da prosperidade comum.

Não podemos olvidar, porém, acima de tudo, o martirológio do Grande e Inesquecível Aflito da Cruz.

Sentindo na própria alma as chagas da ignorância e da penúria que arruinavam a Humanidade, Cristo vem a nós e imola-se no madeiro, para que o Amor incendeie o coração humano na senda dos séculos.

Por esse motivo, a última lembrança do Divino Flagelado está expressa no desajustamento que o assinala no monte do testemunho.

Nem no céu indiferente aos enigmas do mundo, nem na Terra esquecido das perfeições celestiais, mas sim suspenso entre os anjos e os homens, como a dizer-nos que somente algemados à cruz de nossos próprios deveres é que acharemos, depois da procura vitoriosa, o excelso caminho de nossa própria ressurreição.



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I Tessalonicenses 5:8

Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade, e tendo por capacete a esperança da salvação.

1ts 5:8
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