Hora Certa
Versão para cópiaAssunto de perfeição
“Sede perfeitos, qual o nosso Pai Celestial.” (Mt
Essa afirmativa de Jesus, evidentemente correta diante da vida, nos impele a reconhecer que o Divino Mestre nos endereça o convite à perfeição, mas não estabelece data certa para o evento sublime.
Necessitamos, no entanto, observar que nós outros, inteligências em evolução, estamos na Terra na condição de Espíritos encarnados ou ainda vinculados ao planeta, na posição de Espíritos desencarnados, caminhando entre o nascer e o renascer, a fim de alcançarmos o celeste objetivo.
Matriculados no Orbe Terrestre, através dos séculos, nele dispomos da escola precisa ao nosso burilamento.
Para isso, a Divina Providência, mobilizando vários canais de manifestação, nos oferece o material de que carecemos para edificarmos a construção de nós mesmos, no encalço das finalidades supremas.
É assim que o fracasso nos sugere recapitulação e recomeço;
o sofrimento nos incita ao exercício da paciência;
a enfermidade no corpo nos induz à disciplina;
o tumulto nos compele à serenidade;
a injúria e outras modalidades da ofensa nos inclinam à tolerância e ao perdão;
a ignorância nos pede o apoio do esclarecimento;
as expressões de ódio com escalas pela cólera e pelo ressentimento nos conduzem ao amor que o próprio Cristo nos legou;
a inveja é um desafio à nossa capacidade de autossuperação;
a violência nos revela o imperativo da compaixão, com as providências justas para que se lhe extingam as demonstrações de crueldade;
a indiferença nos acena ao entusiasmo com que nos cabe encontrar o nosso próprio lugar no campo das boas obras;
a inércia nos chama às vantagens do trabalho;
e a própria malícia leciona discernimento, obrigando-nos a aprender seleção e reflexão.
Nem sempre aceitamos com facilidade as lições que nos são enviadas pela Sabedoria da Vida; tantas vezes, porém, recusaremos os ensinamentos da escola em que nos encontramos quantas voltaremos a faceá-los, agora ou no futuro, amanhã ou depois de amanhã. E, enquanto se nos perdure a repetência, reconhecer-nos-emos na posição de aprendizes, reclamando paz. Sem dúvida, usufruiremos a paz pela qual suspiramos, mas, em princípio, necessitamos observar que a paz alcançará, primeiramente, aqueles que souberem doá-la em benefício dos outros, sabendo passar sem ela.
ALCANCEMOS A LUZ
Emmanuel
"A fé transporta montanhas" - afirmou o Divino Mestre.
Em nossa condição de emparedados no vale sombrio das próprias dívidas, à frente da Lei, não nos detenhamos na feição exterior do ensinamento e, sim, apliquemos a beleza do símbolo, ao nosso próprio mundo interno.
Antigos prisioneiros do cárcere de reiteradas defecções espirituais, sentimo-nos cercados por pesadas colunas de treva a enceguecer-nos a visão.
Montanhas empedradas de revolta e indisciplina, inclinam-nos para os despenhadeiros do sofrimento.
Montanhas espinhosas de negligência e ociosidade, ameaçam-nos com os precipícios da negação e da dúvida.
Montanhas de leviandade e insensatez, induzem-nos a cair nos desvãos do tempo perdido.
Montanhas de débitos e aflições que formamos com os resíduos dos próprios erros, no curso dos milênios incessantes, desviam-nos o espírito para a inutilidade e para a morte.
Que a nossa fé seja hoje o instrumento de renovação dos nossos próprios caminhos.
Utilizando-a na obra paciente do amor, construiremos nova senda, a soerguer-nos para os cimos da vida.
Para conhecer com segurança é preciso discernir; para discernir é indispensável aprender; para aprender é necessário amar com todas as nossas forças.
Abençoadas revelações nos esperam nos montes do futuro, todavia, para alcançar o esplendor do porvir, é imprescindível desintegrar a neve da indiferença e diluir a sombra espessa da incompreensão que nos prendem à furna do egoísmo cristalizado.
Não basta nos demoremos em análises esterilizantes do escuro ambiente de purgação do pretérito em que nos encontramos, embora reconheçamos o diálogo construtivo por valioso ingrediente na edificação da verdade.
A hora que passa é preciosa demais para que lhe percamos a grandeza.
Saibamos abraçar a fé viva que o Cristo nos legou com a renunciação aos caprichos inferiores e, transformando-nos em sinceros trabalhadores, no aperfeiçoamento de nós mesmos pelo trabalho infatigável do bem, aniquilaremos as montanhas agressivas que nos separam do Mestre Divino e d"Ele receberemos o salário da luz com que assimilaremos os dons das mais altas revelações nos domínios da Vida Eterna.
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Mateus 5:48
Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.
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