Jardim da infância

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Capítulo XII

O vagabundo


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Ei-lo que passa na estrada,

De roupinha esfarrapada,

Sem mãos amigas de alguém.

Pobrezinho!… é vagabundo,

Vagueia por este mundo

Sem ninguém.


Às vezes, tem sede e fome,

Na miséria que o consome,

De pés e bracinhos nus…

Tão tenro e de alma sombria!

Sem amor, sem alegria

E sem luz.


Mete pena vê-lo à solta

De cabeleira revolta,

Tal a penúria em que vai;

Sua alma geme e padece,

Não teve mãe que o quisesse

E nem pai.


Tenhamos piedade ao vê-lo.

Quem não pede auxílio e zelo

Num bocadito de amor?!…

Como punge, no caminho,

Tanta falta de carinho,

Tanta dor…


Lembremos, em nossa vida,

Que essa criança ferida,

Como nós, tem coração;

Que esse pequeno mendigo

Seja agora nosso amigo,

Nosso irmão.




João de Deus
Francisco Cândido Xavier

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