Jardim da infância

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Capítulo XVII

Grande tolo


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Logo após a cabra-cega,

Zezinho, todo suor,

Ao lado do professor,

Dizia para um colega:


— Eu hoje já fiz das minhas,

Amanheci no brinquedo,

Levantei-me muito cedo,

Apedrejando as galinhas.


Quebrei xícaras e pratos,

Pus fogo ao quintal vizinho,

Chicoteei meu cãozinho,

Dei pancadas em dois gatos.


Furtei doces à cozinha,

Queimei um sapato e um pente

E atirei água fervente

Ao rosto da empregadinha.


Esfregando as mãos, contente,

Sem respeito, sem temor,

Perguntou ao professor:

— Não julga que sou valente?


O mestre, sem repreender,

Respondeu-lhe, em desconsolo:

— Não passas de um grande tolo

Que tem muito que aprender.




João de Deus
Francisco Cândido Xavier

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