Jardim da infância

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Capítulo XX

Essa velhinha


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Essa velhinha que vês,

Passando sempre ao sol-posto,

Todo dia, todo mês,

Penosamente a esmolar,

Também foi criança, um dia,

Não conhecia o desgosto,

Brincava, jogava e ria,

Era o anjo de seu lar!…


Depois vieram mudanças,

Trabalhou, sofreu na vida,

Morreram-lhe as esperanças,

Cansou-se-lhe o coração.

Hoje, triste, quase morta,

Sozinha, desiludida,

Esmola, de porta em porta,

A fim de ganhar o pão.


Não te esqueças, meu filhinho,

Que um velhinho abandonado

Tem sede de teu carinho,

De tua doce afeição…

Aprende a viver mais cedo,

Não fujas amedrontado,

Aproxima-te, sem medo,

Anda cá! beija-lhe a mão!




João de Deus
Francisco Cândido Xavier

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