Jovens no Além

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Capítulo VII

Sétima mensagem de Wady Abrahão Filho


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Pais queridos, meus irmãos. Jesus nos ilumine os corações.

O pessoal perdoará se falo ainda. Gente que passa no rumo do Além muito verde parece que não falou na Terra quanto queria.

Talvez seja isso. Não sei bem. No entanto, estão aqui professores de cá. Dr. Bezerra, venerável amigo, traça normas. Decerto porque veja minha turma conosco, fui eu designado. Sem mérito algum, é claro. Mas alguns minutos — diz o benfeitor — devem ser preenchidos. “Fale, Wady; você precisa externar o amor de Cristo que nos uniu”. Foi ouvir e obedecer. E obedecer com alegria.

Minha saudação aos de casa precedeu minhas próprias palavras, porque o meu coração funcionou antes do lápis. E nessa saudação, não me esqueci de incluir os amigos queridos do nosso querido Perseverança. Nossos caros irmãos Albanesi, Guiomar e Benjamin, recebam a confirmação dos meus votos de paz e alegria.

Venho com a tarefa específica de explicar qualquer cousa. Explicar envolve presunção em meu caso. Quem esclarece possui competência, e isso me falta. Devo informar que não é assim tão fácil mover o braço de um médium e começar o papo. É muita engrenagem para ser movida. E movida com precisão. Na maioria das circunstâncias, é preciso que a pessoa aqui se habitue a construir um braço com tanta exatidão quanta seja possível, construir com as forças de que se possa dispor. Semimaterialização de recursos em elementos que, de mim mesmo, não sei classificar. E esse braço artificial deve calçar o outro — que emana do médium como sendo uma luva. Sem isso, é necessário muito apoio do lado de cá para que o companheiro desenfaixado do corpo físico possa escrever.

Depois disso, temos as afinidades e os processos harmônicos da hora. Por processos harmônicos definimos o ambiente, com as suas composições. Se os pensamentos na reunião não estiverem integrados na mesma vibração de confiança ou se não tivermos grande maioria de pessoas que nos ajudem na sustentação desse clima vibratório, o comunicado, mais ou menos pessoal, é quase impossível.

Não se impacientem, por isso, as mães e os pais, os filhos e irmãos que não recebem de pronto as mensagens que desejam. O negócio não é pegar o fone e discar. Muita complicação deve ser atendida. Pensamos que em futuro próximo a cabeça do homem decidirá muito problema desse setor com a Eletrônica. Até que isso aconteça, não temos outras vias.

Nossos irmãos Ruberley e Benedito estão presentes e desejam entrar no esquema gráfico. Entretanto, não conseguem isso. O primeiro nosso amigo Ruberley pede à mãezinha coragem e fé. Acertará, quem sabe?, em outros modos de ação, até que fale escrevendo. O sonho é uma bela aproximação do prêmio em que consideramos o intercâmbio individual. Nossa irmã senhora Maria do Carmo continue orando e aguardando, mas na certeza de que o filho querido não está distante.

Nosso Benedito ainda luta e bastante para sentir-se plenamente integrado em si mesmo. Quando nos reaproximamos dos entes queridos no Plano Físico, sem realizar a façanha do desprendimento com amor, é muito difícil não se retomar as sensações que nos marcaram a vinda para este outro lado. O cara se esforça, lança prodígios de força mental para fora de si para a empresa legal da comunicação, que se tenta, mas a visão do corpo se associa à lembrança dos parentes e a tarefa se torna embananada, sem técnicos que nos garantam conserto.

Nossos amigos, no entanto, os companheiros de Itapeva que lhe foram pais estejam tranquilos. Benedito é um construtor de raça. Está progredindo, sem reclamação e sem choro. Tem saudade sem moleza. Foi socorrido na Europa, ante a desencarnação predeterminada, por vários amigos que o esperavam.

Por aqui, é a corrente das lágrimas acompanhando esses fatos que a imprensa especialmente qualifica de trágicos. No entanto, no Plano Espiritual, a hospitalização carinhosa dos que perdem o corpo em acidentes do mundo é simples rotina. Quase isso, se o pessoal na Terra pudesse encarar a morte com menos gritos. Gasta-se demais com aflição sem propósito e o assunto é esse aí: sofrimento nos dois lados, lamentos e protestos que parecem não ter fim. Mas, não se pode mudar depressa o que existe.

Isso deve ser uma lei de Deus. Tudo o que é, é porque deve ser para modificar-se um dia para melhor. Um espinheiro não fere porque goste e sim porque vive armado de lâminas pequeninas. A pedra não é dureza porque viva satisfeita de receber marteladas e chutes e sim porque precisa cumprir a tarefa em que foi colocada.

Assim, o nosso Benedito desceu nos arredores de Paris, para separar-se imediatamente do carro físico porque isso devia suceder com ele. Foi transferido, no mesmo dia da libertação para os campos alemães, onde bondade e família espiritual lhe estavam reservados. Do que motivou isso falará ele em tempo oportuno. Transmito apenas o noticiário de que ele me fez portador para reconforto dos pais queridos.

E muita gente se vê à bica de comunicações a parentes e amigos. Uma dessas pessoas amáveis é a nossa irmã, senhora Maria que abraça as filhas presentes — Ginete, Odete, Maria Lúcia, Tereza e a outra cujo nome não ouço corretamente dos lábios maternos que o pronunciam. Espera que Jesus lhe ampare as filhas abençoadas no empreendimento de amor e paz a que se inclinam. Mas, é preciso encerrar esta carta.

Wilson, estou alegre vendo os seus melhores cuidados no volante. Brasileiro gosta de brincar com a vida. Isso sempre me pareceu uma verdade. Carros a mais de cem, caminhões balançando, ônibus, às vezes, em torneios competitivos e motos em disparadas. Flagelos para os nossos guardas que, honra lhes seja feita, são sempre os nossos melhores amigos quando policiam marchas e faixas, corridas e sinais. Mas você está melhorando. Nota dez você ainda não tem nas estradas de asfalto aberto, entretanto, já está com cinco e seis à mostra. Tenhamos todos, o cuidado preciso, Wilson e vocês todos, os caras que se responsabilizam por velocímetros. Tanto se morre aí pelo carma do resgate, como também pelo carma da imprudência. E ninguém deve chegar aqui verde demais.

Axima, atenda à saúde. É preciso que você se fortifique. Ouça o médico amigo e trabalhemos no bem pensando no futuro.

Mãezinha e meu pai, rogo a bênção. A todos os amigos, no recinto, os meus agradecimentos.

Para vocês, meus amados, o coração total do


Wadyzinho

COMENTÁRIOS


Nesta mensagem, atendendo à determinação do Dr. Bezerra de Menezes, coordenador espiritual das atividades mediúnicas em questão, o Wady é o porta-voz do grupo de jovens desencarnados ali presentes.

Pelas suas palavras compreendemos ser necessário no comum das comunicações psicográficas, que o Espírito comunicante semimaterialize o seu braço perispiritual, ou seja, condense mais o braço de seu perispírito ou corpo espiritual. A semimaterialização de órgãos ocorre sem que os vejamos e exemplo prático desse mecanismo são os fenômenos de voz direta, com a semimaterialização da laringe do corpo espiritual, de que o médium inglês Leslie Flint nos tem fornecido numerosas experiências.

Assim o braço semimaterializado seria encaixado no braço do médium como uma luva, no dizer do Wadyzinho.

Ainda outra faceta da comunicação mediúnica é o que Wady chama de processos harmônicos da hora, compreendido como sendo o ambiente com suas composições. Daí a necessidade de muito respeito e confiança no ambiente da reunião para que o Espírito que se propõe a comunicar, sinta-se à vontade para ligação tão sensível, no campo das relações psíquicas.

Surpreendentes revelações são a presença de dois jovens desencarnados, Ruberley e Benedito, ao lado do Wady.

Ruberley Boaretto da Silva, médico, desencarnou em Campinas a 13 de abril de 1974, com 27 anos. Confirma na mensagem que os sonhos de sua mãe, Maria do Carmo Gonçalves da Silva são encontros reais de ambos no Plano Espiritual, quando a mãezinha se desprende do corpo, pelo sono.

Benedito Chimidt de Barros, desencarnou em julho de 1973, com 17 anos, no acidente com o Boeing da Varig em Orly, vítima de provável intoxicação por gases deletérios. Seus pais, Jorge de Barros e Terezinha Chimidt de Barros, residem em Itapeva, no interior paulista.

Maria e suas filhas…

D. Maria Correa desencarnou em São Paulo no ano de 1969, com 69 anos de idade. Suas filhas presentes na reunião e identificadas pelo Wady são: Ginete Correa, Odete Correa, Maria Lúcia Correa e Tereza Correa. A filha cujo nome Wady não entendeu corretamente é a Sra. Catarina Maria da Glória Correa.

Albanese, Guiomar e Benjamin, nomes citados no início desta 7ª mensagem do Wady, são os Srs. Serafim Antônio Albanese, Guiomar de Oliveira Albanese e Benjamin Soares Silva, do Centro Espírita Perseverança.


Caio Ramacciotti


Wadyzinho
Francisco Cândido Xavier


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