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Capítulo VII

Doadores de paz


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“Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada.” — JESUS (Mt 10:34)


Os obreiros da paz são sempre esteios benditos, na formação da felicidade humana.

Os que falam na concórdia…

Os que escrevem, concitando a serenidade…

Os que pregam a necessidade de entendimento…

Os que exortam à harmonia…

Os que trabalham pelo equilíbrio…


Os verdadeiros pacificadores, no entanto, compreendem que a paz se levanta por dentro da luta e, por isso mesmo, não ignoram que ela é construída — laboriosamente construída — por aqueles que se dedicam à edificação do Reino do Amor, entre as criaturas, tais quais sejam:

os que carregam os fardos dos companheiros, diminuindo-lhes as preocupações;

os que aguentam, sozinhos, pesados sacrifícios para que os entes queridos não se curvem, sob o peso da angústia;

os que procuram esquecer-se para que outros se façam favorecidos ou destacados;

os que abraçam responsabilidades e compromissos de que já se sentem dispensados, para que haja mais amplas facilidades no caminho dos semelhantes.


Em certa ocasião, disse-nos Jesus: — “Eu não vim trazer paz à Terra e sim a divisão”, (Mt 10:34) entretanto, em outro lance dos seus ensinamentos afirmou-nos, convincente: — “A minha paz vos dou, mas não vo-la dou como o mundo a dá”. (Jo 14:27)

O Divino Mestre deu-nos claramente a perceber que, para sermos construtores da paz, é preciso saber doar-lhe o bálsamo vivificante, em favor dos outros, conservando, bastas vezes, o fogo da luta pelo próprio burilamento, no fechado recinto do coração.




(Reformador, junho de 1971, p. 130)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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