Mãe Antologia Mediúnica
Versão para cópiaSonetos 5a e 5b
(Psicografado em 29/11/1
946)
Doce Mãe, Sereníssima Senhora, Dos teus olhos velados de Doçura Nasce fresca a alvorada, que fulgura Na infortunada sombra de quem chora! Quando meu ser vagava em noite escura, Nas angústias do abismo que apavora, Estendeste-me os braços, vendo, embora, Minhas chagas de treva e de loucura… Ante o Regaço Fúlgido consente Que minha fé se exalte, embevecida, Prosternada, ditosa, reverente. Recebe no dossel de Graça e Vida O louvor de teu filho penitente, No clarão de minh’alma convertida. |
Depois de nos prevenir contra os vícios, quais o orgulho, a vã curiosidade, a concupiscência e a vaidade o poeta nos dá exemplo de submissão e de reconhecimento pelos bens recebidos. Assim, ele se dirige, humilde, a Maria Imaculada, pondo-lhe aos pés sua gratidão, pela graça de socorrê-lo na treva, e louvando-a, por lhe ter convertido a alma, agora iluminada. Desta maneira, o poeta nos apresenta a prece como dever da criatura, que espera dos Espíritos superiores o auxílio nas situações aflitivas em que se encontre; e esse precioso auxílio lhe vem nas horas de cegueira dalma ou nos momentos de perturbação e desatino do Espírito.
O soneto acima parece ser consequência deste outro, que o poeta compôs na Terra e em que invoca o amparo da mesma “Virgem das Virgens”:
“Tu, por Deus entre todas escolhida, Virgem das virgens, tu, que do assanhado Tartáreo monstro com teu pé sagrado Esmagaste a cabeça intumescida: Doce abrigo, santíssima guarida De quem te busca em lágrimas banhado, Corrente com que as nódoas do pecado Lava uma alma, que geme arrependida: Virgem, de estrelas nítidas c’roada, Do Espírito, do Pai, do Filho eterno Mãe, filha, esposa, e mais que tudo amada: Valha-me o teu poder, e amor materno; Guia este cego, arranca-me da estrada, Que vai parar ao tenebroso inferno!” |
Eis, pois outra faceta da prece: a súplica de amparo, nunca negado a quem pede com sinceridade e condição: “Cor contrictum et humiliatum Deus non despiciet.”
Este soneto foi escrito enquanto nosso confrade Ismael Gomes Braga fazia a prece de encerramento da sessão pública, que se estendera por três horas de trabalhos mediúnicos ininterruptos, prece em que implorava a proteção de Maria para os sofredores encarnados e desencarnados.
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