Mãe Antologia Mediúnica
Versão para cópiaRainha do Lar
Doce Rainha do Lar, quem te relacionará os sacrifícios? Que concha sublime te guardará na Terra, as pérolas do coração, vertidas em forma de lágrimas, para definir-te o salário no Céu?
Todos te devem carinho, raros te conhecem no esplendor de tua renúncia. Embora desconhecidas, porém, as tuas mãos de luz alimentam a vida…
Teces a renda do berço e guardas a nossa existência no ninho acolhedor de teus braços, orvalhando-nos de ternura para que venhamos a crescer no entendimento. Isolada no pequenino reino doméstico, sustentaste-nos os passos primeiros, ensinando-nos a pronunciar o nome de Deus.
Quando todos se fatigavam, à frente de nossos caprichos, era teu coração nosso invariável refúgio.
Desapegaste a ti mesma de todos os adornos, para que nos enfeitássemos de ilusão, quanta vez esquecendo-te à distância de nossos triunfos! Nem por isso te revoltaste, Anjo Amigo!
Bastava que a dor nos anuviasse os olhos para que as tuas mãos desfalecessem de amor, acariciando-nos a face tristonha e arrebatando-nos, de novo, à música do sorriso.
Muitos se ergueram aos clarins da fama, relegando-te à obscuridade e outros muitos atingiram as culminâncias do ouro e do poder, olvidando-te no infortúnio… Entretanto, mãezinha, teus lábios sorriam felizes, abençoando-lhes a vitória!…
Vives na base de todos os monumentos do mundo, no entanto, quão poucos se lembram de ti, crucificada no sofrimento para que a alegria e o progresso assinalem o esforço das criaturas distraídas da Terra!
Enxuga, porém, o teu pranto oculto e não permitas que a flagelação e a saudade, a mágoa e o desencanto te sufoquem a alma. Ainda mesmo apunhalada de angústia, crê e espera, ama e ajuda sempre! Do teu trono de humildade e aflição, alça teu pensamento ao Caminho Estrelado, porque na Glória do Céu a tua dolorosa vigília é abençoada pela Divina Soberana, cujo filho é o nosso Excelso Rei coroado de espinhos.
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