Mais Vida
Versão para cópiaCoisa igual não te aconteça
SEGUNDA PARTE — EURÍCLIDES FORMIGA
Por um momento esperei Não tivesse acontecido, Ou não tivesse passado Naquele beco alongado como o sonho mais comprido… Por um momento não quis Acreditar isto fosse, Quer dizer, não fosse sono, Mas o confuso abandono Que simples queda me trouxe… Nada vi, não senti nada, Naquele vácuo-segundo, Em que fui, deixei de ser, Não podia mais me ter E nada tinha do mundo! Deslizava como sombra, Uma sombra ébria, soturna: Vultos estranhos dançavam, Como folhas que esvoaçavam Naquela visão noturna! Mais tarde, sem despertar, Antevendo simplesmente, Entendi que Dona Morte Com a foice em rápido corte Me interrompeu bruscamente! Valoriza mais teus dias! Coisa igual não te aconteça Em meio da vida, amigo, Como aconteceu comigo, Tonto de alma e de cabeça! |
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