Capítulo VIII

Amor


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PRIMEIRA PARTE — FRANCISCO C. XAVIER


O amor é a Lei de Deus em toda parte…

Repara, acima, o sol que se derrama

Em torrentes de luz a sustentar-te,

Tanto quanto apascenta o verme e a lama.


Desce os teus olhos sobre a gleba imensa

E encontrarás cantando, humilde e boa,

A fonte que se dá sem recompensa,

Por sorriso da Terra que abençoa.


A árvore, além, é a compaixão perfeita

Sem queixar-se da luta que a consome,

Oferecendo a flor com que te enfeita

E dando o fruto que te atende à fome.


Escuta, ao pé do berço, a melodia

Do sonho maternal que afaga a vela

E segue a rota, plena de alegria,

Da caridade generosa e bela…


Tudo é bondade pura no caminho,

Tudo vibra no anseio de ajudar…

A montanha, a floresta, o campo, o ninho,

O vale, o vento, a escola, o templo e o lar…


Em tudo, o amor sublime anda disperso,

Da estrela excelsa à larva sob o chão.

O amor é mão de Deus sobre o Universo,

Construindo a grandeza e a perfeição.


Assim pois, serve e crê, marchando à frente,

Arrimando-te à fé que não descai

E guardarás o coração contente

Na harmonia da Lei do Nosso Pai.




(Anuário Espírita 1967)



Irene S. Pinto
Francisco Cândido Xavier

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