Capítulo III

Coisa igual não te aconteça


Temas Relacionados:

SEGUNDA PARTE — EURÍCLIDES FORMIGA


Por um momento esperei

Não tivesse acontecido,

Ou não tivesse passado

Naquele beco alongado

como o sonho mais comprido…


Por um momento não quis

Acreditar isto fosse,

Quer dizer, não fosse sono,

Mas o confuso abandono

Que simples queda me trouxe…


Nada vi, não senti nada,

Naquele vácuo-segundo,

Em que fui, deixei de ser,

Não podia mais me ter

E nada tinha do mundo!


Deslizava como sombra,

Uma sombra ébria, soturna:

Vultos estranhos dançavam,

Como folhas que esvoaçavam

Naquela visão noturna!


Mais tarde, sem despertar,

Antevendo simplesmente,

Entendi que Dona Morte

Com a foice em rápido corte

Me interrompeu bruscamente!


Valoriza mais teus dias!

Coisa igual não te aconteça

Em meio da vida, amigo,

Como aconteceu comigo,

Tonto de alma e de cabeça!




Ruy Apocalypse
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 3.
Para visualizar o capítulo 3 completo, clique no botão abaixo:

Ver 3 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?