Capítulo V

A família


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A família consanguínea é lavoura de luz da alma, dentro da qual triunfam somente aqueles que se revestem de paciência, renúncia e boa vontade.

De quando a quando, o amor nos congrega, em pleno campo da vida, regenerando-nos a sementeira do destino.

Geralmente, não se reúnem a nós os companheiros que já demandaram a Esfera Superior, [dignamente] aureolados por vencedores, e sim afeiçoados menos estimáveis de outras épocas, a fim de restaurarmos o tecido da fraternidade, indispensável ao agasalho de nossa alma, na jornada para a frente.

Muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos.


Se és pai, não abandones teu filho aos processos evolutivos da natureza animal, qual se fora menos digno de atenção que a hortaliça de tua casa.

Os filhos são comparáveis atratos de terra espiritual” que devolverás [o que aprende,] invariavelmente, à Espiritualidade na pauta da sementeira que lhes ofertes.


Se és filho, não desprezes teus pais, relegando-os ao esquecimento e subestimando-lhes os corações, quando te parecem em desacordo com os teus ideais de elevação e nobreza, porque também, um dia, precisarás da alheia compreensão para que se te aperfeiçoe na individualidade a região agora menos burilada e menos atendida.

O companheiro mais idoso, em toda parte, é o espelho do teu próprio futuro [na Terra].

Aprende a usar a bondade, em doses intensivas, ajustando-a ao entendimento e à vigilância para que a [tua] experiência em família não se te desapareça no tempo, sem proveito para o grande caminho [a trilhar].

Quem não auxilia a alguns, não se acha habilitado ao socorro de muitos.

Quem não tolera o pequeno desgosto doméstico, sabendo sacrificar-se com espontaneidade e alegria, a benefício dos irmãos de tarefa ou de lar, debalde se erguerá por salvador de criaturas e situações que ele mesmo desconhece.

Cultiva o trabalho [constante], o silêncio [oportuno,] e a generosidade [sadia] e conquistarás o respeito [dos outros], sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.

Se não praticas no grupo familiar ou no esforço isolado a comunhão com Jesus, não te demores a buscar-lhe a vizinhança, a inspiração e a diretriz no culto do Evangelho.

Não percas o tesouro das horas em reclamações improfícuas ou destrutivas.

Procura entender e auxiliar a todos em casa, para que todos em casa te entendam e auxiliem na solução dos problemas do cotidiano, [tanto quanto lhes seja possível].

O lar é o porto de onde a alma se retira para Além do mundo, e quem não transporta no coração o lastro da experiência cristã, dificilmente escapará de surpresas inquietantes e dolorosas.

Procura o Evangelho com todos ou sozinho.

Recorda que todo dia é dia de começar.




O título entre parênteses é o mesmo da mensagem original e seu conteúdo, diferindo bastante nas palavras marcadas e [entre colchetes], foi publicado em 1981 pela editora CEU e é a 1ª lição do livro “”



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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