Mãos Marcadas

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Capítulo XVI

Esquecimento


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Não te rebeles contra o esquecimento em que te mergulhas, na experiência da Terra, e aprende a valorizar o minuto para materializar o bem, assim como o tecelão aproveita o fio para fazer a própria vestidura.

Sob a neblina da carne, reencontramo-nos pontualmente uns com os outros para corrigir e sublimar.

A consanguinidade, por isso mesmo, quase sempre é o bendito santuário do reajuste.

Aí dentro, nos altares invisíveis do coração, é possível desculpar sempre, ajudar sem repouso e repetir suaves lições de humildade, a fim de que nossa alma se desenfaixe de pesados compromissos com as sombras.

Não te preocupes se a memória anestesiada pela Misericórdia Divina se revela incapaz de reconhecer os adversários e as afeições de ontem.

Em ti mesmo, por tuas tendências e princípios, sabes quem foste. E, em teu lar, pelos conflitos e necessidades que a experiência doméstica te apresenta, sabes o que deves.

Somos ainda o reflexo do que somos.

Obtemos do mundo o que merecemos.

Desse modo, saibamos retificar o passado, com a observância do bem, nas horas do presente, e o porvir responder-nos-á com a seara de amor e luz, paz e alegria que nos propomos alcançar.

A luta terrestre é campo imenso, em cuja superfície podemos projetar as sementes da bondade, todos os dias.

Comecemos, porém, pelo canteiro de casa. Nossos pais e nossos filhos, o esposo e a esposa, o irmão e o amigo são leiras de espiritualidade, esperando por nossas demonstrações de concurso fraterno.

Não olvides a aplicação dos ensinamentos de Jesus, por onde segues, e o esquecimento transitório da vida física surgir-te-á como sendo a ponte bendita de acesso à sublimação integral.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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