Marcas do Caminho

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Capítulo XXV

Professores gratuitos


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Todas as aquisições guardam o preço que lhe correspondem.

Enquanto na Terra, permutamos sempre por determinados valores, certas utilidades de que a nossa vida carece.

Compramos o livro que nos ensina, pagamos o ingresso ao parque de diversões, adquirimos o comprimido para a dor-de-cabeça.

Somos devedores, nas escolas, nos bancos, nos armazéns, nas farmácias.

Por toda parte os recursos ordinários da alimentação e do vestuário exigem nosso esforço na capacidade de alcançá-los.

Em todos os lugares, os instrutores competentes, nessa ou naquela matéria cultural em que iniciamos a inteligência, reclamam honorários justos.

Pagamos, cada dia, ensinamentos, suprimentos, dívidas e prestações. E, para isso, compete-nos trabalhar infatigavelmente usando o suor, a humildade, a diligência, a iniciativa, a coragem e a renunciação.

Entretanto, há uma classe de orientadores que nos trazem os talentos da virtude, sem exigir pagamento. Lecionam paciência e bondade, tolerância e perdão.

Ajudam-nos a edificar o santuário da fé e induzem-nos à vigilância sobre nós mesmos.

Amparam-nos, à distância, com os raios de sua força, mantendo-nos em posição de alerta, no desempenho de nossos deveres.

Constrangem-nos a meditar em nossas próprias necessidades de melhoria íntima e conduzem-nos sem perceberem a valiosas experiências de renovação interior.

Esses professores gratuitos são os nossos adversários.

São realmente aqueles que ainda não nos podem compreender e guiam-nos, por isso mesmo, à perseverança no bem; ou aqueles que ainda não conseguimos entender e, por isso mesmo, nos conduzem à desistência do mal.

“Amai aos vossos inimigos!” — disse o Mestre. (Mt 5:44)

E repetiremos por nossa vez: Amemos aqueles que nos contrariam, aproveitando a oportunidade que nos oferecem ao autoaperfeiçoamento e, sem o ônus do ouro e sem o sacrifício do suor, alcançaremos, por intermédio deles, sublimes talentos espirituais para a vida eterna.




(C. E. Luiz Gonzaga — Pedro Leopoldo, MG, 13 04:1953)

(Reformador, setembro de 1953, p. 201)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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