Maria Dolores

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Capítulo I

Mensagem de Paz


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Às vezes, cismas, coração amigo,

Como varar a treva, a cilada e o perigo,

Fazendo luz no próprio ser…

Das perguntas que fiz, onde a aflição me encosta,

Deu-me a vida por única resposta:

— Esquecer, esquecer…


Perguntei à roseira, aberta em pétalas e cores,

Como aguentar espinhos, produzindo flores

Por ofício e dever…

Balançando a folhagem viridente,

A roseira me disse simplesmente:

— Esquecer, esquecer…


Indaguei do diamante burilado

Que lâmina lhe dera a forma de bordado,

Por estrela a esplender…

E a pedra, recordando lágrima perdida,

Respondeu, como quem louvasse o sofrimento e a vida:

— Esquecer, esquecer…


Inquiri da mulher pela maternidade,

Como criar um filho e dá-lo à Humanidade,

Amando intensamente, a chorar e a sofrer…

Comentando o progresso e o mundo, em novo brilho,

Ela disse, beijando as mãos do próprio filho:

— Esquecer, esquecer…


Desse modo, também, alma fraterna e boa,

Se buscas elevar-te, esquece-te e abençoa,

Não fujas à lição, se queres aprender…

Serve e conquistarás o reino do amor puro,

Ouvindo a voz do Céu, chamando-te ao futuro:

— Esquecer, esquecer…




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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