Maria Dolores
Versão para cópiaEstudo no lar
Indagas, muitas vezes, de alma aflita, Onde, na Terra, a fórmula bendita De conquistar a paz, nas trilhas do dever; Entretanto, no mundo, alma querida, Tudo aquilo que nutre ou que engrandece a vida É trabalho do bem que procura esquecer. Ninguém pode olvidar as instruções das cousas, Fita o abrigo doméstico onde pousas Num momento qualquer de silêncio ou lazer; Do piso ao teto ou do alimento à mesa, Pensa nas formações da natureza, Que te apoiam no lar, procurando esquecer. As pedras do alicerce que se esconde, Não te pedem aplauso e nem te explicam onde Quereriam, por si, permanecer; Aceitam suportar-te a casa, instante a instante, Lembrando humildes mãos, resguardando um gigante, Esquecidas no chão, procurando esquecer. A porta que te guarda a segurança, Seja em madeira ou não, jamais se cansa De amparar-te, gastar se e obedecer; Água corrente e limpa em teu próprio aposento, Praticando humildade e ajudando, a contento, É a fonte que se dá procurando esquecer. A lâmpada a teu lado, o armário, o leito amigo, O livro que conversa a sós contigo, Doando-te consolo e ensinando-te a ver, A roupa que te veste, o prato fume e atento, — Isso tudo é valor em movimento, Agindo em teu favor, procurando esquecer. Assim também, no mundo, alma querida e boa, Para reter a paz, ama, luta e abençoa, Não te doa ajudar, nem te importe sofrer… Dores e inquietações? Alegra-te ao vencê-las, Do subsolo ao chão e do chão às estrelas, Deus nos pede servir, trabalhar e esquecer. |
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