Maria Dolores

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Capítulo XIV

Ofensores


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À frente do dia a dia,

Não olvides, alma boa,

Se alguém te fere, perdoa,

Nas lutas que vêm e vão;

Resguarda-te em paz no mundo,

Ofensa, às vezes, na vida,

Vem da lágrima escondida,

Sob a forma de agressão.


Nas áreas do pensamento,

Sem queixas e sem consultas,

Existem dores ocultas,

Estradas que ninguém vê;

Vemos certos ofensores

Que espalham pedras em bando

Trazendo o peito sangrando…

Só eles sabem porque…


Esse carrega consigo

Enfermidade obscura,

Outro guarda a desventura

De uma afeição infeliz;

Outro deseja esquecer

A rebeldia tenaz,

Mas já não sabe o que faz

E nem pondera o que diz.


Outro surge em doce face,

Por vezes é quem mais amas,

Traz, por dentro, o peito em chamas,

Embora disfarce a dor;

A pessoa que te agride

É sempre, quando reponte,

Deserto pedindo fonte,

Angústia esmolando amor.


Também nós, além do mundo

Buscando as Luzes Supremas,

Atravessamos problemas,

Exames de amor e paz;

Alma querida, o ofensor,

Nas sendas de cada dia,

E um teste que Deus te envia

Para saber como estás.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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