Mensagens de Inês de Castro

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Capítulo XXX

Cântico de Amor


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Surgiu certo momento em que compus

Um cântico de amor, de vida e luz

Para louvor do rei que em sonhos eu revia.

E foi tal minha alegria

A erguer-me o coração, precípite e suspenso,

Perante o soberano a quem pertenço

Que lembrei um poema

De beleza imortal

Que me brilhava na lembrança:


O rei me resguardava

Como se eu fosse uma criança

E, através de seu hálito divino,

Punha em meu coração humilde e pequenino

Um mundo tão formoso e tão perfeito

Que tive a ideia da felicidade

Ser a força do rei, palpitando em meu peito.


Tendo lido o poema

Ao soberano amado,

Dono de minha vida,

Senti o coração triste e partido…


Teria, acaso, cometido

Uma falta ante o rei?

Seria desrespeito

Falar-lhe de um poema,

Em que havia sentido a grandeza suprema

De sua majestade,

Doando-me o endereço,

Ponto, número e rumo da felicidade?


Tanta veneração guardo comigo

Pelo meu soberano, terno e amigo,

Que sofri ao pensar tê-lo afastado

E orei rogando proteção…


Foi quando doce voz disse ao meu lado,

Uma voz de mentor, sábio e profundo:

— Sendo para o teu rei, só para ele,

Escreve os teus poemas…




Inês de Castro
Francisco Cândido Xavier


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