Momentos de Ouro

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Capítulo XIV

Paz e segurança


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Dentre as boas obras a que nos inclinemos, não nos esqueçamos de uma delas, ao alcance de todos: asserenar o ânimo daqueles que nos cercam.

Tanto quanto possas, extingue as labaredas da hostilidade e da discórdia, no silêncio da prece.

E dissolve na fonte viva da compreensão o fel do azedume ou o ácido do pessimismo que te alcancem por resíduos de contatos com as ocorrências infelizes.

Neste mesmo instante de nosso entendimento, milhares de criaturas jazem à beira do colapso nervoso, aguardando uma frase de otimismo e de esperança da parte de alguém que lhes apóie o esforço de auto-superação e sobrevivência.

Aproxima-te dos semelhantes a fim de auxiliá-los.

Aqui, temos corações quase sufocados de angústia, ante a falta de seres queridos, contando com uma palavra de fé viva que lhes restaure a confiança no futuro.

Ali, surpreendemos os quase desanimados, à face das provas que lhes enxameiam na existência, necessitando de um toque verbal de coragem, de modo a que o desalento não se lhes transforme em moléstia destruidora.

Além, surgem os quase suicidas, conturbados por tribulações que se lhes afiguram superiores às próprias forças, na expectativa de uma conversação esclarecedora que lhes suprima o impulso de autodestruição.

Mais adiante, aparecem os quase delinquentes, vítimas de ideias envenenadas por insinuações caluniosas, à espera de algum diálogo amigo, capaz de induzi-los ao reequilíbrio e à serenidade.

Mais adiante ainda, vemos os quase obsessos, entre a insatisfação e a ansiedade, suspirando por algum apontamento reconfortante que os afaste da queda na insanidade.

Compadeçamo-nos uns dos outros e pratiquemos a campanha do pensamento e da palavra que auxiliem a vida.

A Terra já possui número suficiente de quantos se fazem geradores de inquietações e fabricantes de lágrimas.

Sustentar a tranquilidade alheia é garantir a nossa própria segurança.

Convençamo-nos de que a paz dos outros é o apoio de nossa paz.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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