Novos Horizontes

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Capítulo XVI

Ricardo Romano Secchieri

Os dias passam e a saudade santificada no amor exerce, em cada coração, o vínculo que nos prende às lembranças de quanto nos queremos.

Cada filho, cada esposo, cada parente exercendo a função que lhes coube no seio familiar, relutam em compreender que o amor de Deus está presente na partida, parte dos compromissos gerados nas dificuldades está se cumprindo, levando para o amanhã as novas aspirações que a reencarnação completou.

Assim sendo, Ricardo, ao despertar na Espiritualidade, compreendeu que a liberdade na Terra é consistente de nossa presença, mormente quando nos reconhecemos compromissados e a desencarnação nos tira do compromisso fixado.

No seu pensamento, expõe:

“Aí na Terra, muitas vezes na condição de homem, cremos que determinada jovem somente será feliz em nossa companhia mas, se a desencarnação nos colhe em sua rede de sombras para o nosso despertamento em nova luz, as nossas ideias se modificam.

Ficaríamos felizes se alguém nos obrigasse a permanecer em solidão, a título de saudade?

Julgaríamos certo que uma pessoa querida nos sentenciasse à carência afetiva e abandono, tão só porque não somos os autores da felicidade que precisam usufruir?”

Valoriza a Bondade Infinita dos Céus que se esmera em socorrer aos carentes filhos da Terra, aliviando-lhes as dores escoradas na saudade infinita.


Mensagem: 16 de maio de 1987.

Pais: Ricardo José Secchieri (desencarnado) e Aparecida Santos Secchieri.

Rua Ararapira, 58 — CEP 04069-010 — São Paulo — SP.

Irmãos: Sidney Alexandre Secchieri e Ivete Adelina Secchieri.

Vitorino: Padrinho de Sidney

Policano: Amigo de sua irmã Ivete

Sueli Maria: Ex namorada


Ricardo Romano Secchieri

Nascimento: 30 de julho de 1953.

Desencarnação: 9 de fevereiro de 1985.


Querida mãezinha Aparecida, associando-me ao seu coração, articulo neste momento a imagem do papai Ricardo, o sorriso da irmã Ivete e a bondade do meu irmão Sidney, com a fisionomia dos nossos mais íntimos para fazer por minha conta uma oração em conjunto, rogando a Deus nos abençoe.

Tantos dias já se passaram sobre o meu desenlace, com a perda do corpo, que a prece se me faz uma bênção que repito em todos os dias.

Do que me aconteceu no acidente havido, as minhas lembranças estão se apagando, exceção das recordações da família querida e de nossa querida Sueli Maria, cuja felicidade rogo à Divina Providência.

Mãezinha esta é uma página de saudade e carinho para demonstrar-lhe que o esquecimento não existe entre os que se amam.

Agradeço suas preces e os seus pensamentos de apoio que me auxiliam desde o início de minha permanência aqui.

Creia que essa aflição do mundo familiar se nos renova nos corações e, de certo modo, nos prende ao campo terrestre, impedindo a nossa aspiração de altos cimos.

Somos uma só família, e como escalar a montanha da alegria sem aqueles que ainda vemos tangidos pelo sofrimento? Por isso é que o seu Ricardo vem apagando as reminiscências infelizes sucessivas, na tela da memória, cada vez mais.

O quadro abençoado de nossa vida doméstica permanece. Principalmente, quanto à querida noiva. O anseio de progresso, a fim de auxiliá-la a ser feliz é cada vez maior.

Aí na Terra, muitas vezes na condição de homem, cremos que determinada jovem somente será feliz em nossa companhia, mas, se a desencarnação nos colhe em sua rede de sombras para o nosso despertamento em nova luz, as nossas ideias se modificam.

Ficaríamos felizes se alguém nos obrigasse a permanecer em solidão, a título de saudade? Julgaríamos certo que uma pessoa querida nos sentenciasse à carência afetiva e abandono, tão só porque não somos os autores da felicidade que precisam usufruir?

Estou feliz porque, muito sinceramente, desejo a paz e a alegria de todos os nossos.

Agradeço o carinho com que me lembram, entretanto, não deixaria de sentir saudades de todos vocês, caso me distanciasse da lembrança.

Graças a Deus, tenho podido desprender mais tempo dentro de mim mesmo para aprender que somos todos filhos de Deus e que a Bondade Infinita dos Céus se esmera em socorrer-nos a todos.

Peço-lhe continuar tranquila e, quanto se lhe faça possível, auxilie a outras mães que atravessam problemas de nos fazer chorar.

Que Deus ampare a todos como nos amparou. Penso assim, recordando igualmente a proteção do Alto que suaviza as provas de nosso irmão Vitorino e do nosso amigo Policano.

Rendemos graças a Jesus e, por favor, não permita que os nossos me lastimem, pois temos recebido da Bondade de Deus o melhor que nos seria lícito obter.

Mãezinha Aparecida, peço distribuir com todos os nossos as minhas lembranças, e receba as muitas saudades envolvendo o carinho de seu filho, sempre reconhecido,


Ricardo

Rubens S. Germinhasi


Ricardo
Francisco Cândido Xavier

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