O Espírito de Cornélio Pires

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Capítulo X
Ilustração tribal

Paixão de “Sá” Biluva


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João da Mata espichou no boqueirão.

Tirava pau no Morro do Esqueleto

Para o serviço novo do coreto,

Caiu, gritou… Morreu de supetão.


“Sá” Biluva na Roça do Pilão,

Magrela de paixão que nem graveto,

Vivia de clamar, toda de preto:

— “Quero ver João, meu Deus! Quero ver João!…”


O Espírito de João, com dó da viúva,

Veio uma noite e disse: — “Sá” Biluva

Não chore, minha velha! Eu não morri!…”


Mas Biluva, assungando a cruz de ferro,

Rebolou no colchão, soltando um berro:

— “Te arrenego, capeta! Sai daqui!…”


— “Felicidade é a soma” —

Disse Marinho Irajá —

“Não daquilo que se toma,

Mas daquilo que se dá.”


Longevidade não vem

Nem de fartura ou de fome.

Longevidade é comer

Metade do que se come.


“Devagar que tenho pressa”,

Contudo, guarda a certeza

De que a preguiça começa

Na casa da vagareza.


Nem sempre os males são males

Por mais que males divises;

Onde a lei acha culpados

O amor encontra infelizes.




[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]



Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier

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