O Espírito de Cornélio Pires
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Matava por prazer
O boticário Neco Nambiquara, Depois de anel no dedo e compromisso, Arrenegou de casa, de serviço, E viveu de espingarda, chuço e vara. Matava por prazer e era só isso… O povo já dizia que era tara. Num domingo, caçando capivara, Morreu de um tiro errado, atrás de ouriço. Fora do corpo, o Espírito de Neco Ficou preso na Loca do Marreco, Sempre escutando a bala que zunia… Depois de muito tempo no buraco, Reencarnou numa grota de macaco, Para crescer zelando a bicharia. |
Ah! bela mulher fatal, De tanta flor que tiveste, Hoje tens flores de cal Sob o verde do cipreste. Explica a reencarnação: Teu filho não é teu eco. Galinha por afeição Choca ovo de marreco. Para o mundo sabichão Esta nota incontroversa: Mais vale um dia de ação Que cem anos de conversa. Confesso os enganos meus!… Rogando o que mais preciso, Eu nunca pedi a Deus Que me pusesse juízo. |
[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]
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