O Espírito de Cornélio Pires

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Capítulo XV
Ilustração tribal

Matava por prazer


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O boticário Neco Nambiquara,

Depois de anel no dedo e compromisso,

Arrenegou de casa, de serviço,

E viveu de espingarda, chuço e vara.


Matava por prazer e era só isso…

O povo já dizia que era tara.

Num domingo, caçando capivara,

Morreu de um tiro errado, atrás de ouriço.


Fora do corpo, o Espírito de Neco

Ficou preso na Loca do Marreco,

Sempre escutando a bala que zunia…


Depois de muito tempo no buraco,

Reencarnou numa grota de macaco,

Para crescer zelando a bicharia.


Ah! bela mulher fatal,

De tanta flor que tiveste,

Hoje tens flores de cal

Sob o verde do cipreste.


Explica a reencarnação:

Teu filho não é teu eco.

Galinha por afeição

Choca ovo de marreco.


Para o mundo sabichão

Esta nota incontroversa:

Mais vale um dia de ação

Que cem anos de conversa.


Confesso os enganos meus!…

Rogando o que mais preciso,

Eu nunca pedi a Deus

Que me pusesse juízo.




[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]



Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier

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