O Espírito de Cornélio Pires
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A mensagem e a resposta
Dava dó ver o Sítio do Espigão! O velho dono, o Nico do Norato, Desanimou de chão; tudo sem trato, Só carrapicho e mancha de pulgão. Um dia, a fome veio de arrastão E o povo aflito, andando pelo mato, Começou a comer carne de gato Refogada no sumo de picão. O patrão foi à prece… Pediu passes, Um guia aconselhou por João de Casses: — “Meus filhos, o trabalho é o nosso bem.” Mas Nico disse irado: — “Acaba isso! Nós pedimos socorro e não serviço… Ninguém aqui é burro de ninguém!” |
Alguém gravou no carneiro Do velho Joaquim Lobão: — Ensinava abstinência, Morreu numa indigestão. Da lousa do mestre Armando, Há muito tempo esquecido: — Este viveu ensinando Sem nunca ter aprendido. Lalau liquidou Quinquim Com veneno no mingau, Mas hoje Quinquim é o neto Que vai herdar de Lalau. Quem mata o tempo na vida, Por muito que se conforte, Acaba enterrado em vida Muito tempo antes da morte. |
[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]
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