O Espírito de Cornélio Pires

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Capítulo XX
Ilustração tribal

Esconjuro


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Espantemos a ignorância com o Espiritismo, neste mundo e no outro.


Depois de morto, o Tonho Fazendeiro,

Ricaço do Varjão de Tapiruva,

Deu de morar num galho de criúva

E assombrar as galinhas do terreiro.


Roncava ser grandão e manda-chuva,

Xingava e gargalhava o dia inteiro.

Queria terra e sacos de dinheiro,

A debochar das preces da viúva.


Certa noite surgiu sobre o sarilho

O Espírito do pai que disse: — “Filho,

Deus te abençoe, meu filho, meu Antônio!”


Mas Nhô Tonho correu pulando um muro,

Berrou que nem cabrito: — “Te esconjuro!”

Pensando que o pai dele era o demônio…


“Quem foge ao mar não se afoga”,

Repete o povo onde vais,

Contudo, quem não se arrisca

Nunca se afasta do cais.


Dinheiro e palha — um só peso

Pelo prumo da balança,

Mas dinheiro com bondade

Renova a luz da esperança.


Não há noite tão profunda

De tentação ou pesar,

Que o pensamento na prece

Não consiga iluminar.




[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]



Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier

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