O Espírito de Cornélio Pires
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Esconjuro
Espantemos a ignorância com o Espiritismo, neste mundo e no outro.
Depois de morto, o Tonho Fazendeiro, Ricaço do Varjão de Tapiruva, Deu de morar num galho de criúva E assombrar as galinhas do terreiro. Roncava ser grandão e manda-chuva, Xingava e gargalhava o dia inteiro. Queria terra e sacos de dinheiro, A debochar das preces da viúva. Certa noite surgiu sobre o sarilho O Espírito do pai que disse: — “Filho, Deus te abençoe, meu filho, meu Antônio!” Mas Nhô Tonho correu pulando um muro, Berrou que nem cabrito: — “Te esconjuro!” Pensando que o pai dele era o demônio… “Quem foge ao mar não se afoga”, Repete o povo onde vais, Contudo, quem não se arrisca Nunca se afasta do cais. Dinheiro e palha — um só peso Pelo prumo da balança, Mas dinheiro com bondade Renova a luz da esperança. Não há noite tão profunda De tentação ou pesar, Que o pensamento na prece Não consiga iluminar. |
[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]
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